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Música pela cidade

VÍDEO: para tocar bateria sem incomodar, estacionamento vira estúdio e ensaio se torna show ao ar livre

Empresário Damián Júnior tem chamado a atenção na Zona Sul e na Redenção

05/09/2021 - 12h26min

Atualizada em: 05/09/2021 - 12h26min


Camila Kosachenco
Camila Kosachenco
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

 —  Esta é a que todo mundo se enlouquece — anuncia Damián Júnior, 32 anos, antes de a caixa de som começar a tocar os acordes de Slash, guitarrista da formação clássica do Guns N' Roses, no hit Sweet Child O' Mine.

Com as baquetas em punho, o empresário deixa os negócios de lado e encarna o baterista em pleno estacionamento público situado entre as avenidas Padre Cacique e Edvaldo Pereira Paiva, chamando a atenção de pedestres e motoristas. O que para muitos é um show a céu aberto, na realidade, é o hobby de Júnior, que passou a ocupar o espaço aos sábados e domingos para praticar novas músicas e ensaiar com o instrumento. 

— Em casa, procuro não fazer barulho para os vizinhos. Para aprender algumas batidas e ritmo, tem que ser alto, aí por isso vim para a rua. Não sabia que ia chamar a atenção — diz.

Há três meses usando o estacionamento e também o Parque Farroupilha (Redenção), Júnior se empolga ao falar dos retornos que recebe das plateias improvisadas. Segundo ele, além das palmas e das buzinadas, muitos pedestres se aproximam para elogiar sua atitude. 

— Tem uns que dizem: "Tu alegras nosso dia! Muito legal o que tu fazes!", outros querem contribuir, mas eu não aceito, pois estou me divertindo. Também me pedem para eu fazer um canal para que possam me seguir — comemora. 

Além da interação com o público, o baterista também gosta de observar as reações das pessoas às músicas: há casais que dançam, tem quem peça a sua preferida, e até as crianças se reúnem no entorno do instrumento para curtir o som do cara. 

Rock é democrático 

Nascido em Lima, no Peru, Júnior se mudou ainda criança para Porto Alegre. Fã de rock, se inspirou nos norte-americanos da Red Hot Chilli Peppers para iniciar a prática de bateria com 12 anos de idade. Atualmente, além das músicas da banda californiana, também tem se dedicado a tocar Foo Fighters, que não pode ficar de fora do setlist. 

— Os caras passam buzinando, gravando, do nada os carros param em eu penso: "Meu Deus, qualquer dia vão bater". O legal é que o pessoal curte o som. O rock tem isso: consegue agradar a maioria das pessoas — avalia. 

Na manhã deste sábado (4) cinzento, o som de Júnior chamou a atenção de Elton Brandão, 39 anos. Ele passava de carro com os filhos, Samuel, cinco anos, e Helamã, 12, pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, quando ouviu o instrumento. “Músico nas horas vagas”, Brandão está ensinando o mais velho a tocar bateria e por isso “foi convidado” a estacionar o veículo e prestigiar o espetáculo de Júnior: 

— A única referência de bateria que ele tem (o filho) sou eu, então resolvi trazer ele. Vou trazer um baixo e tocar com ele — ri. 

Tímido, o peruano diz que não é muito chegado em redes sociais, porém, está pensando na ideia de fazer um canal para ensinar os internautas a tocar na bateria as músicas originais - e não versões. 

Para curtir o som de Júnior não precisa muito: aos sábados e domingos, das 9h às 12h, ele costuma a montar o instrumento na Avenida Padre Cacique ou no espelho d’água do Parque da Redenção.


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