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Pandemia

Covid-19 deixou mais de 500 órfãos de até seis anos de idade no RS

Em todo o Brasil, mais de 12 mil crianças nessa faixa etária ficaram sem pelo menos um dos pais devido à doença

21/10/2021 - 08h00min

Atualizada em: 21/10/2021 - 08h01min


Larissa Fraga
Jonatan Sarmento / Agencia RBS

As mortes causadas pelo coronavírus tiveram como um de seus impactos o aumento no número de órfãos no Estado. Conforme levantamento realizado por cartórios, 567 crianças de até seis anos perderam pelo menos um dos pais devido à covid-19 entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro deste ano no Rio Grande do Sul. 

Os dados foram levantados com base no cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos mais de 419 cartórios de Registro Civil desde 2015, ano em que as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em todo o Estado. 

Os números foram obtidos pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), entidade que representa os cartórios de Registro Civil do Brasil e administra o Portal da Transparência do Registro Civil. Conforme o presidente da Arpen-RS, Sidnei Hofer Birmann, esse levantamento pode auxiliar os órgãos governamentais na busca de auxílio para as famílias das vítimas da pandemia:

— Acreditamos que esses dados levantados pelos cartórios podem ser utilizados pelos órgãos de proteção às crianças, com o intuito de minimizar os impactos que essa situação acaba trazendo a esses cidadãos em idade tão precoce, que sofrem tanto diante dessa realidade.

O levantamento aponta que três pais faleceram antes do nascimento de seus filhos, enquanto quatro crianças de até seis anos perderam pai e mãe vítimas do coronavírus. Em todo o Brasil, no mesmo período, mais de 12 mil crianças de até seis anos ficaram órfãs de pelo menos um dos pais vítimas por causa da covid-19.  

Além disso, 25,6% das crianças que perderam pelo menos um dos pais na pandemia não tinham completado um ano de idade. Já 18,2% tinham um ano; 18,2%, dois anos; 14,5%, três anos; 11,4%, quatro anos; 7,8%, cinco anos; e 2,5%, seis anos. São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os Estados que mais registraram óbitos de pais com filhos na faixa etária de zero a seis anos. 

Os dados de nascimentos, casamentos e óbitos estão disponíveis no Portal da Transparência do Registro Civil. O site é uma base de dados abastecida em tempo real pelos cartórios de Registro Civil do país, administrada pela Arpen-Brasil, cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.


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