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Posso Entrar?

Cris Silva: "Pode entrar, Nelly!"

Colunista traz histórias inspiradoras de vida e trabalho todas as sextas-feiras

01/10/2021 - 08h00min

Atualizada em: 01/10/2021 - 08h00min


Agência RBS / Agência RBS
Cris Silva

Ela foi obrigada a se reinventar no meio da pandemia. Driblou a depressão com ajuda das redes sociais e criou um grupo de mulheres voltado ao empoderamento feminino e à representatividade negra.

Com vocês, a fundadora do coletivo Digitais Pretas: Nelly Corrêa, 42 anos, natural de Cachoeira do Sul e moradora da Serra há 10 anos.

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FOI ASSIM

“Sou professora de dança, moro em Gramado há 10 anos e aqui comecei a empreender. Fui ‘sacoleira’ até conseguir montar a minha loja no centro da cidade. Porém as dificuldades foram aparecendo e, em 2020, desandou tudo. Mesmo só com o virtual, não foi possível manter as vendas e quase pirei. Pandemia, quarentena, o princípio de uma segunda depressão. Me vi sozinha e invisível. Fiz uma postagem nas minhas redes sociais, foi um desabafo, e as pessoas me ouviram.”

COMO SURGIU

“Comecei aos poucos a lidar com minhas inseguranças e a falar de mim. Porém, percebi mais nitidamente essa invisibilidade da mulher negra, pouquíssimo espaço e falta de protagonismo nas redes sociais e na sociedade em geral. Foi por esse motivo que resolvi montar esse coletivo. O Digitais Pretas nasceu para dar visibilidade, engajamento e voz a muitas mulheres negras que merecem ter os seus perfis vistos por um maior número de pessoas e serem exemplos.”

Cid Guedes / Divulgação
Nelly mora na Serra há 10 anos

QUEM TÁ JUNTO

“A ideia foi minha, porém, nada se faz sozinho. No início éramos 30, hoje somos mais de 90 em todas as regiões do país e até de fora do Brasil. Temos um podcast, grupos de estudo, oficinas internas para trocas de conhecimento, grupo de escritoras e logo uma plataforma digital. Tenho muitas meninas que ajudam a administrar esse coletivo.”

DAQUI PARA FRENTE

“O que precisamos é ser vistas, dar as mãos e subirmos no palco. Quero que a imagem das mulheres negras não seja algo extraordinário, e sim comum. Que nossa capacidade, inteligência e poder venham antes do corpo hiper sexualizado. Que possam ver e entender a nossa pluralidade.”

EU SÓ GANHEI

“Nunca imaginei que eu fosse crescer como cresci como pessoa e nas redes sociais. Comecei morrendo de medo de tudo, hoje eu administro um coletivo, tenho uma mentoria para mulheres nas redes sociais, sou coautora de um livro e quero muito mais. Que elas vejam que é possível ser o que quiserem.”

Para conhecer mais sobre a Nelly e esse coletivo espetacular, basta procurar nas redes sociais @digitaispretas.

Você sabia?

/// O resultado da pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor detectou, na edição de 2020, que o impacto da pandemia foi maior entre as mulheres empreendedoras. O levantamento revela que houve queda de 25% dos empreendimentos estabelecidos entre as mulheres de 2018 para 2020, contra 2,4% entre os homens.

Recado da Cris

"Mude sua rota, mas não desista do caminho."



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