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Educação básica

Estado diz que já contratou 3,8 mil dos 4 mil professores previstos para aulas de reforço de Português e Matemática

Sindicato da categoria afirma, porém, que não existe tal número de profissionais à disposição nestas áreas no RS

15/10/2021 - 08h32min


Samantha Klein
Samantha Klein
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Tadeu Vilani / Agencia RBS

 O processo de contratação temporária de cerca de 4 mil professores de Língua Portuguesa e de Matemática, para atuar nas 2.377 escolas estaduais do Rio Grande do Sul, segue em andamento, informou a Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Até o momento, 3,8 mil docentes foram contratados e começaram a trabalhar em sala de aula.  Além de suprir a falta de profissionais em escolas de diversas regiões do Estado, a proposta é implementar a recuperação dos conteúdos perdidos durante a pandemia.

— Poucas escolas ainda estão sem professores para ministrar essas disciplinas, mas estamos em processo de contratação. Poucas são as escolas sem as aulas de reforço — disse a secretária da Educação, Raquel Teixeira.

Questionada, a Seduc não soube informar quantas escolas ainda não iniciaram as aulas de reforço.

Dentro do programa Aprende Mais, os estudantes terão duas horas a mais de Português por semana e outras três horas adicionais de Matemática. Com isso, os períodos de outras matérias diminuem de 60 para 50 minutos, resultando nas cinco horas para as aulas de reforço em Matemática e Português. As escolas foram autorizadas a iniciar a nova carga horária a partir de 23 de agosto.

Segundo a titular da Pasta, não haverá prejuízos para os demais conteúdos. O reforço está sendo aplicado no Ensino Fundamental e Médio:

— São aulas a mais para os estudantes, nenhum conteúdo será retirado da grade curricular.

Para o Cpers/Sindicato, que representa os professores estaduais, é difícil que todos os professores contratados sejam especializados nas duas áreas.

— O governo provavelmente começou a contratar pessoas fora da área da Matemática, ou seja, profissionais das Ciências Exatas para preencher essas vagas. Não há disponibilidade desses professores. E acreditamos que em Português também deve ter acontecido a mesma coisa — disse Rosane Zan, diretora da Comissão de Educação do sindicato.

O governo garante que os contratados são profissionais das áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Outro ponto de disputa são as próprias modificações curriculares que, segundo o Cpers, deveriam passar por amplo debate.

— Por conta da pandemia, é necessário ampliar a discussão acerca das mudanças no Ensino Médio, com mais debate e destaque para a recuperação dos conteúdos que foram perdidos. Coloca-se um apartheid dentro da escola ao colocar em foco somente as disciplinas de Matemática e Português. Aliás, professores dessas disciplinas discutem que é problemático priorizar somente algumas áreas em detrimento de outras.

A secretária de Educação argumenta que o programa Aprende Mais não tem relação com as propostas de modificação do Ensino Médio, que deverão ter início a partir do próximo ano, pelo 1º ano. Conforme a proposta, haverá uma ampliação da carga horária de 2,4 mil horas para 3 mil horas letivas, ao longo dos três anos da etapa. 


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