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Projeto pede apoio para a limpeza do Rio Gravataí

O grupo, com cerca de 30 pessoas, que se reúne a cada 15 dias para realizar a limpeza das águas e das margens do Gravataí, precisa de doações de insumos para manter o projeto.

29/10/2021 - 09h00min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
A iniciativa nasceu após notar que a poluição no leito tornou-se crônica.

Evitar desperdício e a poluição das águas é uma tarefa de todos. Pensando nisso, a Associação Voluntários do Rio Gravataí foi criada a fim de cuidar e recuperar esse grande rio da Região Metropolitana de Porto Alegre. A bacia hidrográfica abrange o município que dá nome ao rio, além de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Taquara e Viamão.

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O grupo, com cerca de 30 pessoas, que se reúne a cada 15 dias para realizar a limpeza das águas e das margens do Gravataí, precisa de doações de insumos para manter o projeto. 

Segundo o assistente Vilmar da Rosa, 45 anos, a iniciativa nasceu após notar que a poluição no leito tornou-se crônica. Pensando nisso, com a ajuda de três membros, criou a associação a fim de promover ações de sustentabilidade, limpeza e conscientização: 

– Me criei em torno do rio. Ao longo dos anos, percebi uma piora nos cuidados com o Gravataí. 

Limpeza 

Segundo Vilmar, que é presidente da associação desde a criação do projeto, o trabalho de limpeza é organizado por equipes. Cerca de 10 pessoas atuam nas margens do rio e no matagal que envolve o leito, e o restante atua na água, em lanchas:

– Três pessoas são responsáveis pelo mapeamento dos locais mais críticos com as lanchas. Em seguida, os voluntários são divididos e realizam a limpeza.

Após a coleta, o material é separado e levado aos pontos de reciclagem, onde são vendidos. O valor dos materiais é destinado à compra de insumos como sacos de lixo e de materiais de proteção, como luvas e óculos. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Material recolhido nas margens do rio

– Todos os equipamentos de proteção ao voluntário são custeados pelos materiais retirados do Rio Gravataí – explica o assistente. 

De acordo com o porteiro e voluntário do projeto Juarez da Rosa, 46 anos, o incentivo para participar do trabalho surgiu da esperança de ver o rio mais limpo: 

– Minha motivação é o cuidado com o rio, nem que seja um pouquinho. Pesco desde criança e comecei a notar o aumento de lixo doméstico. Quando ele baixa, a coisa fica feia – relata. 

Plantas indicaram poluição

No dia 8 de outubro, o projeto retirou cerca de 340 quilos de lixo. Os itens predominantes nas águas, de acordo com o presidente, são garrafas PET, as de vidro e sacolas plásticas. 

– É um trabalho de formiguinha que, aos poucos, nos permite chegar aos nossos objetivos de cuidar do rio – diz. 

No início do ano, os voluntários notaram um grande tapete verde cobrindo toda extensão do rio. Com a ajuda dos biólogos da associação, amostras das águas foram analisadas e constatou-se que eram plantas macrófitas em grande quantidade, conhecidas como boiadeiras. A presença desses vegetais no rio não é algo positivo.

– Quando aquela planta sai do controle em nível de crescimento, é uma maneira de informar que o rio está em desequilíbrio ambiental. Descobrimos que há grande quantidade de fertilizante de lavouras e de esgoto doméstico ali – explica Vilmar. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
As plantas boiadeiras cobriram o rio todo.

Eucaliptos

Para complicar a situação, quatro eucaliptos desabaram no rio próximo ao Parque dos Anjos, perto da ponte da RS-118 e no limite entre Alvorada e Gravataí. Os troncos que ficaram presos nas margens do leito impedem não só a passagem de embarcações como também de plantas, que não são escoadas. Em reunião realizada no dia 5 de setembro com a prefeitura de Gravataí, a associação pediu autorização para realizar o corte desses troncos. Até o momento, porém, Vilmar não obteve retorno do pedido:

– Não conseguimos passar com a embarcação para realizar a limpeza do rio. O tempo todo estamos deslocando as lanchas para outros locais. Com a chegada do verão, o rio vai baixar devido à seca e pouca chuva, a situação complica.

Ontem à tarde, a prefeitura de Gravataí informou ao DG que a autorização deve ser solicitada à prefeitura de Alvorada ou à Fepam, já que os eucaliptos estariam na área de Alvorada. A Fepam informou que a responsabilidade de retirada dos troncos é das prefeituras municipais, e segue no aguardo de uma resposta da prefeitura de Alvorada, contatada ontem à tarde.

Como ajudar

// A associação precisa de doações de luvas, sacos de lixos, sacos de ráfia, óculos de proteção, bonés, protetores solares e alimentos para a produção de lanches.

/// Se puder apoiar, entre em contato pelo telefone (51) 98526-0928.



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