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Para respeitar o distanciamento

Mesmo com o retorno obrigatório, cerca de 25% das escolas da rede estadual do RS precisarão manter revezamento de alunos

Nestas instituições, o que mudará é a necessidade de os estudantes comparecerem às aulas, ainda que de forma parcial

05/11/2021 - 08h34min

Atualizada em: 05/11/2021 - 08h35min


Guilherme Milman
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Lauro Alves / Agencia RBS
Na Escola Estadual Júlio Brunelli, em Porto Alegre, servidores ainda verificam quais alunos possuem problemas de saúde e, por isso, podem seguir com as aulas remotas

Apesar do retorno obrigatório dos alunos às escolas previsto para a próxima segunda-feira (8), cerca de 25% das instituições da rede estadual do Rio Grande do Sul precisarão manter o revezamento que já vem sendo aplicado nos últimos meses — o que corresponderia a  quase 600 das 2.376 escolas da rede. A estimativa foi divulgada a pedido de GZH pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), que não forneceu o número exato de escolas nesta situação. 

Os casos correspondem às instituições que não têm condições de garantir o distanciamento de um metro entre as classes com o retorno total dos estudantes. A necessidade consta no decreto publicado pelo Executivo no último sábado (30). Nestes locais, a mudança será a necessidade de os jovens comparecerem às aulas, ainda que de forma parcial. 

A medida sanitária que serve para evitar aglomerações chegou a ser debatida por membros do Gabinete de Crise estadual. Foi levantada a possibilidade de permitir maior aproximação entre as mesas. No entanto, a hipótese foi descartada e não há previsão de mudança, de acordo a Secretaria Estadual da Saúde (SES).

Antes de o decreto ser oficialmente publicado, professores e diretores já demonstravam preocupação em relação ao cumprimento das medidas sanitárias. Ainda assim, algumas instituições seguem consultando as famílias para saber se será necessário seguir o sistema de rodízio.

Na Escola Estadual Júlio Brunelli, no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre, servidores correm contra o tempo para verificar quais alunos possuem problemas de saúde, o que permitiria a realização das aulas de forma remota para esses casos. Com 720 alunos matriculados, a escola hoje tem de 70% a 80% dos seus estudantes frequentando o espaço de forma revezada — em uma semana vai uma parte da turma e, na seguinte, vai a outra.

A diretora, Vanice Loose, acredita que muito provavelmente não será possível receber a comunidade de uma vez só. Ela ainda diz perceber uma resistência de muitos pais em tirar os filhos de casa para estudar, o que pode intensificar a evasão escolar.

—Muitos pais ainda não nos deram retorno se voltam ou não. Dois alunos, por exemplo, têm mães com câncer. Eles não têm nenhum problema, mas ainda há receio da família.— conta Loose, que ainda cobra ações do Ministério Público e do Conselho Tutelar para auxiliar as escolas no contato com a comunidade.

A Seduc garante que fará o monitoramento nas escolas, para verificar, nos casos em que as instituições alegarem que não têm espaço suficiente para receber todos os alunos, se os locais de fato precisam realizar revezamento entre os estudantes. A fiscalização será feita por meio das Coordenadorias Regionais de Educação


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