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O que você acha dos ônibus de Porto Alegre? EPTC realiza pesquisa de satisfação para tentar melhorar o serviço

Pesquisa QualiÔnibus pretende ouvir 600 usuários de 68 linhas de ônibus da Capital, com o objetivo de entender as principais reclamações e os problemas enfrentados pelos passageiros

09/11/2021 - 22h48min


Bruna Viesseri
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Pesquisa de satisfação do transporte coletivo pretende ouvir 600 usuários em Porto Alegre

Uma pesquisa de satisfação do transporte público de Porto Alegre vem sendo aplicada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), com o objetivo de entender as principais reclamações e os problemas enfrentados pelos passageiros. A empresa pretende ouvir 600 usuários de 68 linhas de ônibus, que contemplam todas as regiões da Capital. O resultado será usado para planejar medidas e melhorar a oferta do serviço, afirma a prefeitura.

A pesquisa é realizada pela EPTC e pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), em conjunto com a WRI Brasil, entidade que desenvolve projetos de mobilidade urbana e criou a metodologia do estudo.

Conforme a EPTC, primeiro, foram selecionadas as 68 linhas que serão analisadas. Agora, equipes da empresa têm abordado, nos terminais, os passageiros desses coletivos para que respondam à pesquisa. O primeiro contato é feito de forma presencial, mas as perguntas podem ser respondidas pela internet ou por telefone. A duração é de aproximadamente 10 minutos. O trabalho começou no final de outubro, e as abordagens iniciaram em novembro e seguem até o dia 19.

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Outra etapa do estudo, que ocorre de forma simultânea, está aberta para o público em geral, e o questionário pode ser acessado neste link. O material também será analisado pela WRI.

Gerente de Desenvolvimento e Inovação da EPTC, Julia Freitas ressalta a importância da adesão dos usuários ao estudo, para que a empresa possa qualificar o serviço.

— As linhas e respectivos passageiros que são abordados foram criteriosamente selecionados para termos uma visão real dos pontos fracos do sistema. Por isso, é tão importante que essas pessoas atendam à solicitação de retorno após a abordagem inicial. A pesquisa permite que se faça um relatório detalhado do que de fato está impactando na qualidade do sistema, e esse material é levado para o planejamento, para que a gente possa pensar em como melhorar o serviço para o usuário — explica a gerente.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Usuários de 68 linhas, que contemplam todas as regiões da Capital, devem ser ouvidos

A pesquisa já havia sido realizada em 2018 e 2019, e foi suspensa em 2020 em razão da pandemia. Neste ano, o questionário pode ser respondido pela internet ou por telefone.

Segundo a WRI Brasil, a pesquisa de satisfação integra o Programa QualiÔnibus, que busca qualificar o serviço de transporte coletivo por ônibus no país, e já foi aplicada em mais de 10 cidades brasileiras. Ela avalia de forma detalhada e quantitativa a satisfação e a percepção dos passageiros. Os resultados do estudo permitem, segundo a entidade, que os aspectos prioritários para as pessoas sejam considerados na tomada de decisão.

Em razão do preço das tarifas, da redução de gratuidades e de problemas no serviço, empresas de ônibus vêm observando uma queda no número de passageiros nos últimos anos. Há ainda a concorrência de aplicativos de transporte. Como resultado da crise, a Carris passa por um processo de desestatização que deve avançar por todo o ano de 2022, após ter sua venda aprovada pela Câmara Municipal.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Passageiros reclamam de atrasos e falta de segurança nas paradas

Atraso de coletivos está entre as principais reclamações

GZH esteve nesta terça-feira (9) no terminal Parobé, no centro da Capital, para ouvir passageiros. Uma das principais reclamações diz respeito à demora na chegada dos ônibus nas paradas e terminais. Esse atraso coloca em evidência outro problema: a insegurança nesses espaços.

Morador do bairro Rubem Berta, Ailton de Souza, 66 anos, costuma se deslocar ao centro da Capital com frequência. O aposentado conta que a espera pelo ônibus chega a levar 40 minutos em dias de semana.

— Quanto mais tempo a gente passa esperando, mais expostos estamos. Você fica quase uma hora ali, em um local em que está sujeito a assalto, a violência. É complicado — afirma.

Helena Rodrigues, 66, que mora no Parque dos Maias, também observa a demora, que chega a uma hora, afirma. A aposentada, que usa uma muleta de apoio para caminhar, afirma ter problemas para fazer o embarque e desembarque:

— Não é bem adaptado para quem tem algum problema desse tipo. Os degraus são altos, não é confortável. Além da demora, tem isso.

Os passageiros também reclamam do alto preço da passagem e até mesmo da sujeira nos terminais e paradas.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Passageiros no centro de Porto Alegre nesta terça-feira

O que diz a EPTC

Em relação aos relatos de usuários, a EPTC afirma que realiza análise da taxa de ocupação dos coletivos "para ajustes diários de acordo com a demanda de passageiros por linha, por horário da viagem e por faixa horária".

"É importante que os clientes do sistema de transporte público informem as demandas pelos números 118 ou 156 do Atendimento ao Cidadão para orientar os ajustes que estão sendo realizados na oferta de ônibus na Capital", complementa a empresa, em nota.

Sobre os atrasos, a empresa diz que os usuários podem consultar horários e localização em tempo real dos coletivos pela função GPS do aplicativo TRI POA, e assim planejar melhor os deslocamentos, reduzindo o tempo de espera nas paradas.

Em relação à insegurança relatada por passageiros, a EPTC ressalta que participa do Fórum do Transporte Seguro e da Força-Tarefa de Combate a Roubos no Transporte Coletivo da Capital, "responsável pela diminuição expressiva dos registros de assaltos a ônibus" na cidade.


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