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Pandemia

Apesar da alta demanda e do afastamento de profissionais, emergências de Porto Alegre atendem sem restrições

Nas unidades de saúde, no entanto, tempo de espera variava de uma a oito horas nesta quarta-feira

13/01/2022 - 08h35min

Atualizada em: 13/01/2022 - 08h35min


Jhully Costa
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Samantha Klein
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Grupo Hospitalar Conceição tem 115 profissionais afastados por covid-19

O aumento na procura por serviços de saúde e o afastamento de profissionais da área devido a casos de síndrome gripal têm refletido na rotina das emergências e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Porto Alegre. Apesar disso, instituições de saúde consultadas por GZH nesta quarta-feira (12) garantem que os atendimentos ocorrem sem restrições. A recomendação geral é de que pacientes com sintomas leves deem preferência aos serviços de telemedicina quando possível.  

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em quatro pronto atendimentos da Capital, há 40 funcionários afastados por covid-19 — o que, somado à alta quantidade de pacientes, gera uma longa espera para atendimento. Somente na tarde desta quarta, mais de 160 pessoas aguardavam por consultas nas unidades Cruzeiro do Sul, Bom Jesus, Lomba do Pinheiro e Moacyr Scliar. O tempo de espera variava de uma a oito horas.  

Apesar disso, a rede está conseguindo atender totalmente a demanda e não há ninguém aguardando leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), afirma o coordenador municipal de urgências, Daniel Lenz.

— Queremos que a população tenha paciência e solicitamos que pacientes sem comorbidades e que estejam com sintomas leves sigam usando sua medicação sintomática em casa — pede.

Entre os hospitais, há pelo menos 553 profissionais afastados — esse número não inclui os hospitais Restinga e Extremo-Sul, Vila Nova e Santa Casa, que não informaram o dado até a publicação da reportagem. As instituições destacam a alta demanda — algumas fizeram ajustes nas equipes —, mas também garantem o atendimento de todos os pacientes.

Confira a situação nos hospitais

Grupo Hospitalar Conceição  

O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que atende pacientes com síndromes gripais na UPA Moacyr Scliar e no Hospital Nossa Senhora da Conceição, teve aumento expressivo no total de funcionários infectados pela covid-19, o que traz preocupação em relação ao atendimento dos pacientes.

Ao todo, a instituição tem 115 profissionais afastados pela doença, o que ainda fica abaixo dos 300 que estiveram nessa condição em março de 2021, e dos cerca de 600 de março de 2020. Desde o dia 1º, 395 funcionários chegaram a ser afastados por pelo menos um dia, quando se trata de suspeita não confirmada da doença.

Entre os atendimentos a pacientes, a UPA tem registrado grande procura os últimos dias. São feitos mais de 200 atendimentos diários a pessoas que apresentam sintomas no trato respiratório. Nesta quarta-feira (12), 24 pacientes estavam em observação, aguardando internação hospitalar, sendo que somente dois eram por covid-19.

— O que nos preocupa é a retirada da mão de obra da ativa, pois as pessoas precisam se afastar para se recuperar. E quanto aos pacientes, a grande demanda tem sido por pronto atendimento. As internações são em número muito menor do que no ano passado — pondera o diretor-técnico do GHC, Francisco Zancan Paz.

De acordo com a instituição, a emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição segue atendendo, mas é destinada a casos graves. Quando uma situação de saúde é considerada de baixa complexidade, o paciente é orientado a procurar as UPAs ou Unidades Básicas de Saúde (USBs).  

Hospital de Clínicas

Outra referência no atendimento covid, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) tem 142 profissionais afastados devido à infecção por coronavírus. Dos primeiros dias do ano até terça-feira (11), 272 funcionários e 73 residentes positivaram para o vírus e parcela deles já voltou ao trabalho.

Na emergência da instituição, diariamente, de 15 a 20 pacientes estão sendo atendidos com algum sintoma respiratório. Desses, 40% confirmam covid-19. Somente uma pessoa foi encaminhada para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) nas últimas 24 horas. 

Atualmente, o movimento é considerado alto, um pouco acima da capacidade, mas segue longe de ser restringido somente ao atendimento de pessoas em alto risco. Assim como no Hospital Conceição, o setor é restrito a casos urgentes.  

Hospital São Lucas da PUCRS

Na emergência do Hospital São Lucas da PUCRS, o atendimento aos pacientes segue normal. Entretanto, nesta quarta-feira, havia 67 profissionais afastados, sendo 44 por covid-19, nove por Influenza e seis aguardando resultado de teste. Segundo a instituição, destes funcionários, 23 retornarão ao trabalho na quinta-feira (13).

Hospital Ernesto Dornelles

Conforme o gestor médico do Serviço de Emergência do Hospital Ernesto Dornelles (HED), Alexandre Dalpiaz Becker, a procura por atendimento devido a sintomas respiratórios segue alta neste setor da instituição desde a semana após o Natal. A média é de cem atendimentos por dia, com picos que variam de 110 a 120 consultas diárias. Para lidar com a demanda e não deixar de atender nenhum paciente, as equipes de atendimento foram reforçadas, informa o médico.  

Em relação aos afastamentos, até terça-feira (11), o HED estava com 92 colaboradores afastados por sintomas gripais. Destes, 68 eram casos suspeitos e 24 haviam testado positivo para covid-19.  

Hospital Mãe de Deus

Em nota, o Hospital Mãe de Deus informou que, desde o início do ano, tem registrado alta demanda em sua emergência por pacientes com sintomas respiratórios. A instituição tem 81 profissionais afastados por suspeita ou confirmação de covid-19, mas ressalta que fez ajustes na equipe para não prejudicar o atendimento e orienta que as pessoas procurem agendar teleconsulta para sintomas que não sejam graves. No Mãe de Deus, isso pode ser feito por meio da central telefônica (51) 3230-6000, pelo WhatsApp (51) 3230-6001 ou pelo App Mãe 360°.

Hospital Moinhos de Vento 

Diante do aumento do número de casos de infecções respiratórias causadas por covid-19 e Influenza, o Hospital Moinhos de Vento orienta que pacientes com sintomas leves, sem comorbidades e sem risco maior de doença grave procurem seus médicos em consultório/ambulatório ou serviços de telemedicina vinculados aos planos de saúde. A instituição de saúde disponibiliza seu serviço próprio de telemedicina, mediante agendamento pelo telefone (51) 3537-8580 e WhatsApp (51) 99548-9853. 

O Moinhos ressalta que a orientação de evitar a emergência não se trata de uma restrição e que a coleta de exame RT-PCR em casos de síndrome gripal será realizada a partir de critérios específicos (confira neste site). No momento, a instituição informa que segue realizando cirurgias eletivas normalmente, observando todos os protocolos de segurança recomendados. 

Um levantamento realizado na última quinta-feira (6) mostrava que 56 profissionais de saúde estavam afastados em decorrência da covid-19. O documento destaca que os afastamentos geram necessidade de remanejo das equipes e ajustes das cargas de trabalho, mas garante que o Moinhos está preparado para essa adequação e que os pacientes seguem sendo atendidos. 

Hospital da Restinga e Extremo-Sul

No Hospital da Restinga e Extremo-Sul a demanda por atendimento também está grande, mas a instituição enfatiza que está conseguindo atender a todos por enquanto. Até o fechamento desta matéria, o hospital não havia informado o número de profissionais afastados. 

Vila Nova

O Hospital Vila Nova percebeu um aumento expressivo no número de procura por atendimentos a partir da última segunda-feira (10). Apesar disso, a instituição informou que, no momento, não prevê qualquer parada em seus serviços, mas destacou que os usuários devem estar conscientes de que o tempo de espera tende a ser elevado nesse período, em função do atual cenário da pandemia. 

Até o fechamento desta matéria, o Vila Nova não havia informado o número de profissionais afastados. 

Santa Casa de Misericórdia

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre não informou detalhes sobre o atendimento em sua emergência ou o número de profissionais afastados até a publicação da reportagem.


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