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Não deu certo

Contêineres de cor verde, para lixo reciclável, são retirados de ruas do Centro Histórico

Instalação dos equipamentos começou em 2018, mas, segundo o DMLU, não houve adesão da população, que seguiu realizando descarte irregular de resíduos orgânicos nos recipientes

24/01/2022 - 13h47min

Atualizada em: 24/01/2022 - 13h52min


GZH
Marco Favero / Agencia RBS
50 contêineres verdes serão trocados pelos de cor cinza a partir desta segunda-feira (24)

A partir desta segunda-feira (24), os contêineres de cor verde, destinados ao lixo reciclável, serão retirados das ruas do Centro Histórico de Porto Alegre. A instalação dos recipientes começou em novembro de 2018, mas a falta de adesão da população levou a prefeitura a desistir do projeto-piloto.

Em um primeiro momento, os contêineres verdes foram instalados em uma região mais movimentada da região central, nas imediações das avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho. Sem sucesso, foram transferidos para uma área residencial do bairro, entre as ruas Riachuelo, Duque de Caxias e Washington Luiz, mas os resíduos seguiram sendo descartados de forma incorreta.

No lugar dos recipientes verdes, serão colocados 50 contêineres de cor cinza, da coleta automatizada de resíduos orgânicos e rejeito.

Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), durante o período de testes, constatou-se que os equipamentos verdes estavam sendo usados para descarte de lixo orgânico e rejeito, apesar das ações educativas implementadas. Desta forma, os resíduos perdiam o potencial reciclável.

A prefeitura diz que não tentará replicada a iniciativa em outros bairros.

— A remoção dos contêineres verdes é uma tentativa de qualificar a coleta de resíduos recicláveis, especialmente na região central, onde há grande volume deste tipo de material por conta das lojas. Os equipamentos destinados à coleta de recicláveis estavam sendo usados da forma errada e, por isso, pensamos numa estratégia para recolher os resíduos de forma mais segura e destiná-los a quem mais precisa, que são as famílias que trabalham nas Unidades de Triagem — explica o secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi. 

Conforme GZH mostrou em outubro do ano passado, Porto Alegre diminuiu em um terço a coleta seletiva de 2015 para 2021 — provocando efeitos visíveis nas 16 unidades de triagem de material conveniadas à prefeitura, de onde cerca de 600 pessoas retiram sustento: a escassez de material leva centros a funcionarem apenas em alguns dias da semana e a realizar um revezamento entre os trabalhadores. Segundo dados do DMLU, apenas 4,5% do lixo coletado é reciclado na Capital atualmente

Nova estratégia

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), por meio do DMLU, lançou em novembro do ano passado um programa de "busca ativa" de recicláveis. A ação tem atuação pela Coleta Tri — uma parceria da Cooperativa de Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa) com a prefeitura de Porto Alegre —, que funciona por meio de um aplicativo desenvolvido pela cooperativa.

Nesta ferramenta, são cadastrados os estabelecimentos que aceitam entregar o resíduo reciclável regularmente para a coleta seletiva. O sistema acompanha a frequência de coleta dos resíduos entregues pelos grandes geradores.

Até o momento, já estão cadastrados no projeto 174 condomínios e 319 estabelecimentos comerciais. 

Produção: Guilherme Gonçalves 


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