Notícias



Braçadas pelo Litoral

Guarda-vidas inicia travessia de 400km pela costa gaúcha, de Torres a Rio Grande

Soldado Edilson Heleno Holz Bento, 31 anos, iniciou o desafio no último sábado

26/01/2022 - 14h45min

Atualizada em: 26/01/2022 - 14h53min


Tiago Boff
Tiago Boff
Enviar E-mail
Anselmo Cunha / Agencia RBS

Da infância até o início da vida adulta, o soldado Edilson Heleno Holz Bento, 31 anos, se manteve longe do mar. Tinha medo, um trauma mantido por duas décadas após ter se afogado nas agitadas águas do Litoral Norte.

Na ocasião, acabou salvo por um tio. Anos mais tarde, em 2013, Bento resolveu enfrentar o temor, virou guarda-vidas e hoje atua no socorro aéreo na base de Capão da Canoa.

— Decidi me tornar guarda-vidas para encarar esse medo que tanto me limitou na juventude — justifica.

Chegou a ser reprovado nos treinamentos para ser certificado. Contudo, na insistência, finalmente assumiu o posto e atuou na Operação Golfinho por duas temporadas.

— Ainda bate um frio na barriga. Mas o que não te desafia, não te motiva. Não te carrega para a frente — diz.

Neste ano, decidiu elevar o nível de desafio pessoal: iniciou uma travessia de 400 quilômetros por toda a costa gaúcha, do litoral norte ao sul do Estado. O trajeto começou em Torres, no último sábado (22), e terminará em Rio Grande. Como é realizado em etapas, tem previsão de ser completado no meio do ano.

— Durante o trajeto a gente pensa em tudo, em música e até nas contas para pagar — explica, sobre os trechos de sete a 10 horas no oceano.

Vestindo macacão de neoprene, Bento posou para fotos nesta quarta-feira (26). Arriscou braçadas, mas por poucos metros. Na cintura, mostrou uma boia e uma faca, usadas para eventuais emergências. Um reservatório com isotônico é a alimentação nas curtas paradas para descanso, sem sair do mar.

O atleta expõe na areia troféus conquistados no passado, mas mantém o foco na busca pela nova conquista. Tem também objetivo de chamar atenção das pessoas para redes de pesca ilegais e o plástico jogado no mar , o que pode matar animais marinhos.

Correntes que mudam constantemente e a água gelada estão entre as maiores dificuldades da maratona, diz. Manter a mente concentrada, contudo, encabeça a lista.

— O psicológico, emocional, é bastante forte. Mantenho o foco em chegar ao fim  complementa.

Ouça a entrevista do nadador ao programa "Gaúcha Hoje", da Rádio Gaúcha:



MAIS SOBRE

Últimas Notícias