Tá com sede?
Venda de água mineral duplica no RS com calorão e alteração de gosto na água
Alta verificada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) ocorreu entre a primeira quinzena de janeiro em relação ao mesmo período de dezembro
A forte onda de calor que castiga o Rio Grande do Sul nesta primeira metade de janeiro, rompendo barreiras históricas de temperatura em algumas regiões, já se reflete no aumento do consumo de água pelos gaúchos. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a venda de água mineral dobrou no Estado nos últimos dias.
LEIA MAIS
Após quase dois anos, piscinas públicas de Porto Alegre serão reabertas no dia 4 de janeiro
Final de semana deve ser quente, mas sem recordes de calor e com direito a chuva
Corte de gastos, planos adiados e mudança de hábitos: como a inflação está afetando a vida das famílias no RS
A alta verificada pela entidade é entre a primeira quinzena de janeiro em relação ao mesmo período de dezembro. Mesmo com a maior demanda por parte dos consumidores, o presidente da Agas, Cesar Longo, descarta uma possível falta do produto nas prateleiras.
— Não há qualquer risco de desabastecimento — garante o dirigente.
Na rede de supermercados Asun, a venda de água mineral subiu 35%, comparando-se a primeira quinzena de janeiro de 2021 com a de 2022. De acordo com o gerente de planejamento Lucas Ortiz, o crescimento é impulsionado pelo fato de a rede ter aberto novas lojas no período, além de os preços dos produtos terem aumentado.
— Houve um aumento de cerca de 5% no preço de algumas marcas. Mas por causa da inflação e do custo da embalagem, que subiu muito — avalia Ortiz.
Já nas unidades do Supper Rissul, a procura em virtude do calor aumentou em 12% as vendas de água mineral entre a primeira e a segunda semana de janeiro. Conforme Robert Marks, superintendente de varejo da UnidaSul, holding que administra a rede, não houve aumento de preço no período, embora o acréscimo em relação a janeiro do ano passado chegue a 15%, também por causa das embalagens e da inflação. As garrafas de 500 ml representam 60% do volume de vendas, seguidas dos galões de cinco litros, com 30% de participação.
— Vimos com antecedência que teria esse calor todo e já preparamos o estoque e separamos maior disposição nas lojas para o produto — diz Marks.
Na distribuidora Água Saudável, no Centro Histórico de Porto Alegre, o proprietário Leandro Greff conta que a procura aumentou 20% desde a metade de dezembro. Segundo ele, a alta nas vendas vem se mantendo com a volta do calor, mas também devido à alteração no gosto da água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) em bairros da Capital e relatada por alguns clientes.
— O gosto ruim acaba aumentando a procura do pessoal que antes não vinha consumindo água mineral. Mesmo a água que passa por um filtro às vezes continua ruim e a água mineral se faz necessária até para fazer comida — diz Greff.
Apesar da maior procura, o distribuidor diz que não houve alteração de preço. Os galões de 20 litros são os que têm mais saída, principalmente para o consumidor residencial, que representa 73% da clientela da Água Saudável. Os preços variam de R$ 13 a R$ 25, dependendo da marca.
Segundo o IPCA, índice oficial de inflação medido pelo IBGE, os preços do subgrupo que inclui refrigerante e água mineral variaram 1,26% em dezembro na Grande Porto Alegre — acima do índice geral de inflação para o mês, que fechou em 0,83% na Capital e em 0,73% no país. Em novembro, a variação mensal era de 0,76% para as bebidas referidas.