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PAPO RETO 

Manoel Soares: "As histórias curam"

Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados.

19/02/2022 - 05h00min


TV Globo / TV Globo/Divulgação
"A melhor maneira de curar uma dor é criar uma distração para o coração"

Um mito muito conhecido por quem curte filosofia é o de Xerazade. Conta a lenda que, na antiga Pérsia, um rei se casou e, depois de um tempo, descobriu que ela o traía com um de seus servos. 

Revoltado com a situação, o rei mandou executar os dois, mas, como a dor continuava, decidiu fazer algo absurdo. Todos os dias, o rei se casava com uma jovem e, no dia seguinte, mandava executá-la para que não fosse traído. Ele ficou três anos fazendo isso e levando o terror ao reino, até que uma jovem chamada Xerazade decidiu se casar com ele por livre vontade. Na noite após o casamento, ela pediu ao rei que a deixasse contar uma história. Mesmo relutante, ele aceitou, e no meio da história gostou tanto que, ao amanhecer, decidiu não executá-la. 

Assim ela foi fazendo, todos os dias, até que o rei se deu conta que já tinham se passado anos, e a mágoa e dor da traição já não existiam mais. 

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Além do paralelo que esta história traz para os profissionais que todos os dias lutam para que você tenha um Diário Gaúcho cheio de notícias novas sempre, este mito nos faz lembrar que, às vezes, a melhor forma de curar uma dor é criar uma distração para o coração. 

Ter alguém disposto a contar histórias ou recriar nossas histórias, independentemente de nossos traumas, é um caminho para diminuir tudo que a tristeza nos traz. Pois, assim como o rei com dor executava uma esposa por dia, nossa dor também machuca pessoas todos os dias. Basta abrirmos o coração para novas histórias, que a dor alivia.


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