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Cenário da pandemia

Média diária de novos casos de covid-19 cai 26% em duas semanas no RS, mas óbitos ainda crescem

Se contaminações e internações seguirem desacelerando, mortes também podem voltar a recuar

14/02/2022 - 12h27min


Marcelo Gonzatto
Marcelo Gonzatto
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André Ávila / Agencia RBS
Hospitais registram pequena diminuição nas internações de adultos, mas alas pediátricas ainda têm aumento

Em um indício preliminar de desaceleração da pandemia, a média de novos casos diários de coronavírus registrados no Rio Grande do Sul diminuiu 26% nas últimas duas semanas, conforme os dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) neste domingo (13). Isso coincide com um leve recuo nas internações hospitalares de adultos visto nos últimos dias.

Esse decréscimo ainda não é observado na notificação de óbitos — cuja média diária subiu 80% em comparação a 14 dias antes. Porém, esse percentual de aumento já foi bem maior, chegando a superar 400% no final de janeiro, e também aparenta estar caminhando para uma estabilização nos próximos dias ou semanas.

— Tecnicamente, o que estamos observando é uma desaceleração. Os percentuais de novos casos diminuíram, embora ainda estejam muito altos. A repercussão disso sobre os óbitos ocorre de forma mais tardia, mas virá — avalia o epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Paulo Petry.

Neste domingo, a média móvel (calculada com base nos sete dias anteriores) de novas contaminações diárias ficou em 12,9 mil, contra 17,4 mil duas semanas antes. Esse recuo coincide com uma leve queda na ocupação hospitalar por covid, conforme mostrou reportagem publicada por GZH na sexta-feira (11). Em uma semana, a quantidade de doentes em leitos clínicos ou de terapia intensiva (UTI) havia diminuído 5,7% até o final da semana. Neste domingo, os hospitalizados em alas de enfermagem ou UTI somavam 1.721 pessoas, ou quase 9% a menos do que uma semana antes.

Petry explica que, quando se inicia um período de desaceleração da pandemia, geralmente primeiro diminuem os novos casos, para depois baixarem internações em leitos clínicos, depois de terapia intensiva e, por fim, de óbitos. Essa cadeia de impacto pode levar algumas semanas para se confirmar, mas também depende de como as pessoas mantêm os cuidados preventivos.

— Em termos estatísticos, com base no que ocorreu em outros países como os europeus, prevíamos uma desaceleração da pandemia no Rio Grande do Sul a partir da segunda quinzena de fevereiro. Mas a confirmação disso, e se vamos ver uma queda na circulação do vírus ou um platô, vai depender do comportamento das pessoas, como o uso correto de boas máscaras — observa Petry.

Se o freio nas novas infecções e hospitalizações se mantiver, seria possível observar mais adiante uma reversão na tendência de aumento no registro de novas mortes por coronavírus. Neste domingo, a média móvel semanal ficou em 57,4 vítimas diárias, contra 31,9 duas semanas antes.

Somente nas últimas 24 horas, segundo o boletim da SES, foram notificados 5.319 novos casos e 11 mortes por covid no Rio Grande do Sul. Agora, os gaúchos somam 2.018.001 contaminados desde o começo da crise sanitária, com 37.577 vidas perdidas. Do total de infectados, 93% já se recuperaram, 1,9% morreram e o restante segue em acompanhamento.

Um dos desafios dos gaúchos é reduzir a infecção e as internações de crianças, que ainda somam apenas 21% com a primeira dose de vacina. Em razão disso, na sexta-feira as internações infantis se mantinham no patamar mais alto desde o começo da pandemia, com 109 pacientes em alas clínicas e de UTI.


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