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Entidades buscam doações de alimentos para ajudar comunidades impactadas pela crise econômica

Em São Leopoldo, Unisinos integra Rede que atende 17 regiões do município

28/03/2022 - 17h03min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Rede adquire alimentos de produtores locais

Ao longo dos últimos dois anos, o Diário publicou diversas reportagens que divulgavam ações de projetos que buscavam doações de alimentos para comunidades impactadas pela crise que o país enfrenta. Com a diminuição das ajudas recebidas por essas organizações, o DG traz algumas entidades que têm se dedicado ao combate à fome. Saiba com ajudar.

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Apesar de a pandemia já apresentar diminuição nos índices de transmissão e morte por covid-19, os impactos econômicos da crise gerada no período continuam. Desta forma, também segue o trabalho de grupos e projetos que se empenham em ajudar pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Em São Leopoldo, a Rede Solidária São Léo atende, em média, 10 mil famílias. Dentre as ações que realizam, eles buscam doações de alimentos para essa população. Mas para dar conta de apoiar tantas pessoas é necessário contar com a solidariedade. 

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) é uma das instituições que integram a Rede. No total, são 17 comunidades beneficiadas pelas ações realizadas pelos professores e alunos da universidade. Marilene Maia, 60 anos, é professora do curso de Serviço Social. Ela explica que, desde 2018 a universidade busca se aproximar da população da região. O trabalho iniciou na Ocupação Justo, localizada no bairro Duque de Caxias. Na época, os moradores do local estavam em risco de serem removidos de lá, e a faculdade, junto de outros grupos, prestou assistência jurídica para eles. Depois disso, a relação entre estes projetos e a comunidade continuou. 

Com a chegada da pandemia, em março de 2020, formou-se a Rede. Assim, os integrantes se reuniram com as lideranças comunitária para entender as necessidades dos moradores. 

– A gente os encontrou em uma situação de ameaça potente, porque eles não sabiam o que fazer. Estavam com a vida mais uma vez ameaçada, pois naquele momento já diminuía a possibilidade de algum tipo de renda para eles. A grande maioria dos moradores dessas comunidades vivem da reciclagem. Eles trabalham de dia para comer de noite – fala a professora. 

Mobilização 

Em um momento que se recomendava que as pessoas ficassem em casa, uma medida que foi necessária durante a pandemia, essas famílias necessitavam encontrar formas de se sustentar. É o que fala Marilene. Então a Rede entendeu que seria preciso se reunir periodicamente com as lideranças para entender suas demandas. E era nessas reuniões que se organizavam para fazer a arrecadação e distribuição de doações.  

Com campanhas nas redes sociais, o grupo busca ajuda financeira para comprar os alimentos. Pensando em colaborar com as comunidades de forma mais ampla, decidiram adquirir os produtos diretamente de produtores da região. Assim, ajudam a fortalecer o comércio local e gerar renda. Quinzenalmente, a Rede entrega cestas básicas para os moradores. A quantidade varia conforme as doações que recebem no período. Mas a professora pontua que é sempre em número à baixo do que necessitariam para todas as famílias. 

O líder comunitário Otoniel de Lima, 34 anos, é morador da Ocupação Justo. Ele ficou desempregado no início da pandemia. Assim, além de auxiliar a sua comunidade, também foi um dos beneficiados pelo trabalho da Rede. Ele comenta que, na região, os impactos econômicos foram sentidos já no início da pandemia. 

– As pessoas não tinham o que comer. Chegavam em nós para pedir ajuda. Era uma tristeza – comenta Otoniel.

Para além da alimentação

Conforme foi observando as necessidades das 17 comunidades atendidas, a Unisinos passou a ampliar sua ação nestes locais. A professora de Gestão de Recursos Humanos Isamara Della Favera Alegrete, 57 anos, explica que é parte dos objetivos da Rede um apoio amplo aos moradores. E assim foi construída a  aproximação dos alunos da universidade com as comunidades. 

Desde a geração de renda até educação e saneamento, perceberam que as demandas do local tinham relação com os cursos oferecidos pela Unisinos. Então, hoje os estudantes utilizam os conhecimentos que recebem em suas formações para auxiliara os moradores. 

– Por exemplo, o curso de Gestão para Inovação e Liderança tem ajudado na captação de recursos, os cursos de Engenharia e Arquitetura ajudam na questão do esgoto e saneamento, a residência em saúde mental trabalha com as crianças – fala Isamara. 

Em conjunto com as pessoas que moram nas comunidades, as ações buscam incentivar a autonomia das lideranças. A professora finalizada dizendo que é importante eles terem protagonismo nas atividades que a Rede realiza, pois são trabalhos que dizem respeito aos seus territórios. 

AJUDE
/// Para apoiar o trabalho da Rede, é possível enviar doações financeiras de qualquer valor para a chave PIX redesolidaria.sl@gmail.com. 

Saiba como apoiar outras iniciativas:

/// No Bairro Mario Quintana, em Porto Alegre, a ONG Sociedade União Vila dos Eucaliptos ajuda 36 comunidades  que integram a região. Para ajudá-los com a compra de alimentos é possível enviar valores para a chave PIX (51) 99806-6667.

/// Já a ONG Juntos Somos Mais Fortes, que surgiu no início da pandemia, ajuda comunidades de diferentes regiões de Porto Alegre. Para confeccionar as cestas de alimento, recebem doações de produtos e de valores para a compra de comida. Apoie a iniciativa enviando qualquer valor para a chave PIX 67740006068 (CPF) ou entre em contato pelo WhatsApp (51) 98513-2834.

/// Em Viamão, o projeto Coração de Rua faz a distribuição de alimentos para, em média, 50 famílias de diferentes regiões do município. Para ajudá-los, é possível fazer transferências PIX ou entrar em contato pelo número (51) 98659-8308.

// O grupo Nós por Nós Solidariedade, do bairro Rubem Berta, também na Capital, apoia comunidades de sua região. Para colaborar com doações, entre em contato com o projeto pelo WhatsApp (51) 98433-0691.

Produção: Émerson Santos



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