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Transtornos à população 

Há mais de dois dias sem energia elétrica, moradores da Região Metropolitana protestam

Pelo menos três manifestações foram registradas por conta da indisponibilidade do serviço

08/03/2022 - 22h32min


Samantha Klein
Samantha Klein
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Guilherme Milman
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Brigada Militar / Divulgação
Moradores montaram barricadas e atearam fogo em pedaços de madeira durante protesto no bairro São João, na zona leste da Capital

Milhares de famílias seguem sem energia elétrica em razão dos temporais registrados no último domingo (6) e na segunda-feira (7). Os moradores das cidades atingidas reclamam da falta de previsão para o retorno e não atendimento nos canais de comunicação da CEEE Equatorial. Alguns protestos foram registrados ao longo desta terça-feira (8) em Alvorada e dois pontos de Porto Alegre.

A concessionária informa que seguem afetados cerca de 23 mil clientes na sua área de concessão, sendo as áreas mais atingidas Porto Alegre, Eldorado do Sul, Viamão e Alvorada. Já a RGE registra pelo menos 40 mil pontos sem energia, especialmente em Esteio, Gravataí, Sapucaia do Sul e Canoas. 

Na zona sul de Porto Alegre, clientes já enfrentam a falta de luz desde a tarde de domingo. É o caso da moradora do bairro Camaquã Katiele Santos. Ela conta que está sem abastecimento desde que um poste caiu em frente a sua casa, na rua Tamandaré. Nenhuma equipe da CEEE Equatorial, segundo ela, foi ao local para prestar atendimento. 

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Em outra ponta da Capital, Luciano Alex de Souza, morador do bairro Santa Rosa de Lima, na zona norte, conta que o corte de energia elétrica tem sido ainda mais difícil em razão do seu filho, que apresenta autismo grave. 

— Tudo começou porque dois fios soltaram e caiu a chave do transformador. Mas é só uma questão de religar. Não veio ninguém até agora — lamenta.

O longo período sem luz tem afetado também a vida profissional da contadora Eriane Santos, moradora do bairro Porto Verde, em Alvorada. Um transformador queimou no domingo, durante o temporal, e, desde então, não há sinal de retorno da eletricidade em casa.

— Faz dois dias que estou sem poder atender meus clientes, sem dar satisfação. Isso me atrapalha porque é o momento em que muitos querem fazer a declaração do Imposto de Renda — afirma.

A situação também afeta as vizinhas Maristela Krambecke e Márcia Denise Freitas Guedes. Elas contam que já tiveram prejuízos ao perder todos os alimentos da geladeira e só conseguem carregar celulares no carro ou em postos de gasolina. Márcia tem uma bebê de três meses e desde domingo a criança praticamente não dorme:

— Ela está muito incomodada com o calor, se mexe a noite inteira. Acabo não descansando também. 

Protestos

No final da tarde desta terça-feira, moradores realizavam um protesto com queima de galhos na Avenida Tiradentes, em Alvorada. Os habitantes da região estão indignados pela falta de luz e de internet.

— Estamos sem respostas da CEEE. Tenho um vizinho que perdeu todas as mercadorias do estabelecimento comercial depois de ter pago mais de R$ 5 mil de conta de luz. Outra vizinha que ter bebê precisando de nebulizador e precisou recorrer a um hospital — lamentou Jéssica Acosta, moradora do bairro Intersul. 

Já na zona leste da Capital, uma manifestação iniciou por volta das 18h pelo mesmo motivo no bairro São José. Cerca de 200 moradores reclamavam que a companhia de energia elétrica não compareceu ao local para realizar conserto na fiação. No cruzamento das ruas Ernesto Araújo com a Martins de Lima, materiais como vegetação e lixo foram queimados, bloqueando o acesso.

A Brigada Militar acionou a concessionária e permaneceu realizando escolta com duas viaturas aos funcionários. Relatos dão conta que os moradores teriam xingado os trabalhadores terceirizados nesta segunda-feira, que teriam saído do local e não mais voltado, ocasionando revolta.

No Extremo Sul da cidade, um grupo de 70 pessoas realiza uma manifestação entre as estradas João Antônio da Silveira e João de Oliveira Remião. Conforme a Brigada Militar, os moradores queimam pneus. A corporação notificou a CEEE Equatorial.

Mais cedo, no Beco do Adelar, zona Sul de Porto Alegre, moradores também ensaiaram uma manifestação para criticar a falta de abastecimento, mas a Brigada Militar conversou com os moradores do local e o protesto foi suspenso.


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