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Demora no atendimento

Moradores de Porto Alegre relatam dificuldade para denunciar focos de mosquito da dengue à prefeitura

Prefeitura admite aumento na demanda e afirma que busca aumentar número de atendentes para garantir agilidade

24/03/2022 - 09h28min

Atualizada em: 24/03/2022 - 09h29min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Tiago Boff / Agência RBS

Moradores de Porto Alegre enfrentam dificuldades para denunciar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. O número de casos confirmados da doença em 2022 chegou a 303 nesta quarta-feira (23). O dado representa o triplo que ano passado inteiro, em que foram registradas 83 ocorrências. Devido a esse cenário, a população está mais atenta aos pontos com água parada, que permitem a proliferação do Aedes aegypti. As denúncias servem para que equipes da Vigilância Sanitária compareçam aos locais para fazer vistorias e, se necessário, a dedetização.

No entanto, ao utilizar o canal 156 da prefeitura, os usuários relatam não ter retorno dos atendentes. A chef de cozinha Vivian Tessari mora no bairro Menino Deus, um dos focos de dengue na cidade. Ela tentou solicitar vistoria em uma casa abandonada ao lado do prédio onde vive, e relata que tentou por várias vezes entrar em contato, mas ficou cerca de 20 minutos aguardando atendimento.

— Fiquei só ouvindo a musiquinha, e não tenho tempo pra ficar aguardando tanto tempo na linha. Eu preciso fazer um registro porque meu prédio é infestado de mosquito. Não sei se é da dengue ou não, mas me preocupa — conta.

A prefeitura de Porto Alegre admite uma demora acima do normal durante os últimos dias.  A coordenadora da Unidade de Relacionamento com a Sociedade da Secretaria Municipal da Transparência, Adriana Gambino, explica que, além de mais pessoas estarem procurando o atendimento, em razão do avanço da dengue, muitas ficam um tempo maior na linha para tirar dúvidas, aumentando a média de espera para três minutos. A meta, segundo ela, é atender a solicitação em até um minuto.

— As pessoas têm muitas dúvidas sobre a dengue. Isso sempre aconteceu. Mas, como nos últimos dois anos ficamos envolvidos com a pandemia da covid-19, o retorno dessa doença gerou ainda uma demanda ainda maior da população - alega.

Adriana diz que tem buscado, junto à empresa terceirizada responsável por contratar os atendentes, aumentar o efetivo para garantir maior agilidade nas ligações. Atualmente, os funcionários trabalham em regime de banco de horas.

Além disso, a coordenadora orienta que há canais alternativos para realizar denúncias, como o 156web, pelo endereço 156web.procempa.com.br, e o aplicativo 156+, disponível para Android. Nos dois casos, foi criado na última semana um ícone específico para ocorrências ligadas à dengue. O executivo municipal disponibiliza ainda o WhatsApp, pelo número (51) 3433-0156.

Prazo de 120 dias

As pessoas que utilizam o chat como forma alternativa de denúncia também estão sendo pegas de surpresa. O jornalista Alfredo Bergmann mora no Centro Histórico e denunciou uma casa que possui uma caixa d'água sem tampa no telhado. Ao buscar o serviço, recebeu como resposta que o prazo do atendimento poderia levar até 120 dias.

— Tentei tanto por telefone, pelo 156, como pelo chat no site da prefeitura. Fiquei sem palavras, estou perplexo até agora — relata.

A secretaria de Transparência afirmou que o prazo enviado aos solicitantes é de responsabilidade da Vigilância Sanitária, vinculada à Secretaria da Saúde. O órgão, por sua vez, disse se tratar de um erro, alegando que a informação está desatualizada e está sendo corrigida. Segundo as equipes, o tempo médio para realizar a vistoria tem sido de 20 dias. 


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