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Obra de ciclovia na principal avenida de Cachoeirinha está abandonada

Pistas para bicicletas deveria cruzar a principal avenida da cidade de ponta a ponta, permitindo o trajeto de ciclistas, mas está abandonada. Cerca de R$ 680 mil já foram investidos

24/03/2022 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Projeto ocupando o canteiro central da Avenida General Flores da Cunha não agradou

Tão longa como a extensão da Avenida General Flores da Cunha, que cruza Cachoeirinha por 4,5 quilômetros, é a espera para que a ciclovia que deveria existir no local fique pronta. Projetada em 2019, licitada em 2020 e com as obras começando praticamente só no ano passado, a pista exclusiva para bicicletas seria instalada no local onde fica o canteiro central da Flores da Cunha. 

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O custo total projetado para a obra foi de R$ 1.212.619,49, conforme o Portal da Transparência de Cachoeirinha. O dinheiro vem da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade, oriundos de multas.

Um ano depois do início dos trabalhos, entretanto, a obra está paralisada e sem previsão de entrega. Do total projetado, R$ 679.354,59 já foram pagos pela prefeitura à empresa executora, que deixou o canteiro de obras, segundo a prefeitura, em outubro do ano passado, por atrasos em repasses. Os pagamentos ocorreram entre junho de 2021 e janeiro deste ano, segundo a Transparência de Cachoeirinha. A obra está 70% concluída.

A ciclovia da Flores da Cunha rende discussões desde o lançamento do projeto. O local da instalação, o canteiro central, foi alvo de críticas de moradores e também de membros do Legislativo municipal. Entre os itens que geraram incômodo, a retirada de árvores para implementação da pista foi um dos destaques. 

Ainda assim, o projeto já previa isso e 135 novas mudas florestais nativas deveriam ser plantadas em locais adequados, compensando o manejo de 28 árvores para a execução da ciclovia — sendo 19 exóticas e nove que precisam ter o plantio compensatório, que equivale a 15 novas plantas para cada uma retirada.

Canteiro

Agora, o município discute se a ciclovia sairá um dia do papel ou o local será apenas um canteiro central concretado. Titular da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade, Tatiana Boazão afirma que a prefeitura chegou a desistir da ideia de fazer a ciclovia e deixaria o local apenas concretado. Segundo a secretária, isso ainda geraria economia para a cidade em varrição, capina e limpeza do local onde antes havia grama e árvores. 

— Mas a administração entende que este projeto deve ser melhor estudado. A pretensão seria terminar ao menos a concretagem (dos 4,5 quilômetros da avenida) — diz Tatiana.

Enquanto não são tomadas decisões, o pouco espaço onde o concreto não chegou vai sendo tomado por vegetação. No início de fevereiro, grupos de moradores nas redes sociais e a imprensa local chegaram a registrar pés de melancia crescendo no canteiro em meio ao mato, na altura da parada 51.

Histórico de problemas em mobilidade

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Parte da ciclovia na Rua Caí está tomada por mato

A demora da ciclovia na Avenida Flores da Cunha se junta a outros projetos problemáticos de Cachoeirinha. Em 2014, o governo anunciou um financiamento por intermédio do programa Pró-Transporte, do governo federal. Os trabalhos consistiam na pavimentação de vias, instalação de ciclovias e passeios. Os espaços contemplados foram as avenidas das Indústrias, Frederico Ritter e Fernando Ferrari, e as ruas Fritz Beiser, Clemente Cifali, Iguaçu, Caí e Princesa Isabel. 

As obras só começaram em 2016 e depois pararam em 2018. Os trabalhos foram retomados no fim de 2020. O custo total do financiamento seria de R$ 55 milhões, segundo a prefeitura. Antes do reinício, segundo a prefeitura, R$ 38 milhões já tinha sido aplicados e ainda restam R$ 17 milhões para conclusão dos trabalhos.

Um dos pontos que chamou atenção nesse conjunto de obras também foi também uma ciclovia, na Rua Caí. Na verdade, foi pintada uma faixa vermelha sobre a calçada, o que seria a ciclovia. O problema é que no caminho da pintura, mais de 10 postes tornam o ato de pedalar por um ali um desafio. 

A prefeitura diz que reconhece o problema  e afirma que a empresa responsável pela obra está revisando o trajeto da ciclovia, estudando possíveis alterações. Em relação as pavimentações das vias, o município garante que os trabalhos estão praticamente concluídos.

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