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Bicharada

Égua que convive com ferimento há dois anos precisa de ajuda para iniciar seu tratamento

Clinica universitária de Caxias do Sul irá tratar o animal gratuitamente, mas sua tutora terá que custear despesas como deslocamento e alimentação

01/04/2022 - 13h42min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Janice é dedicada nos cuidados com o animal

A moradora de Cidreira Janice Ienziorsky, 49 anos, conta que é apaixonada por cavalos. Assim, quando soube que sua vizinha estava vendendo uma égua, não pensou duas vezes: comprou o bichinho e o trouxe para casa. Batizado de Preta, o animal faz parte da família de sua tutora há quatro anos. Porém,  desde 2020, foi necessário dar ainda mais atenção para a mascote. É que, naquele ano, ela sofreu um ferimento que até hoje não cicatrizou, e a dificuldade financeira tem impedido que a tutora ofereça os cuidados de saúde que sua égua precisa. 

Janice fala que, no início, Preta ajudava em sua rotina. É que a mulher trabalhava como faxineira em um local distante de sua residência e, para chegar lá, ia na companhia da égua. Porém, comenta não ser este o motivo que a faz se dedicar à sua mascote, mas, sim, o carinho que tem por ela.

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Em 2020, a tutora alugou um terreno onde deixava o animal. A ideia era permitir que ela tivesse mais espaço para se locomover. Mas, naquele mesmo ano, o bicho se feriu em um arame farpado que havia no local e, desde essa época, o ferimento não curou. Assim, há dois anos, a égua vive com um machucado em uma de suas patas traseiras.   

– Meu interesse não é curá-la para trabalhar. Meu bichinho não é para serviço. Sonho em vê-la curada para que fique bem, e vou cuidar dela até o fim de sua vida – emociona-se.

Após levar a mascote em diferentes veterinários e não conseguir um tratamento eficaz, ela decidiu buscar ajuda nas redes sociais. Foi assim que conheceu uma veterinária que a indicou para receber atendimento gratuito na Clínica Veterinária de Pequenos e Grandes Animais da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Porém, Janice, que hoje está desempregada, precisa arrecadar 

R$ 2,5 mil para arcar com os custos da viagem até o local, além de comprar a alimentação do animal. Por isso, decidiu criar uma campanha e pedir apoio.

Sem diagnóstico 

O animal ainda não passou por exames que fossem capazes de determinar com clareza qual doença tem. Alguns dos veterinários que atenderam Preta em sua cidade desconfiam de que ela está com habronemose, uma doença dermatológica também conhecida por ferida de verão, que é causada por um verme parasita. Porém, não foram realizados exames específicos para constatar o problema, e os tratamentos indicados não surtiram efeito. A tutora comenta que um desses profissionais chegou a falar que a égua deveria ser sacrificada, uma orientação com a qual a dona do animal não concordou. 

– Um deles disse que eu não conseguiria achar uma cura, e que o melhor era fazer a eutanásia. Isso eu não aceitei. A égua caminha e se alimenta, e eu amo ela de paixão. Jamais deixaria matar um bicho que está bem, apesar da doença – enfatiza Janice, que depois do ocorrido decidiu buscar ajuda de outras formas. 

Foi assim que, através de uma ONG que conheceu nas redes sociais, a tutora fez contato com uma veterinária que ofereceu apoio. 

Em um primeiro momento, esta profissional, que é de Gravataí, pensou em ir até Cidreira para ver o animal. Porém, ao lembrar da clínica veterinária da UCS, que possui estrutura para dar toda a atenção que Preta necessita, optou por procurá-los e contar para o responsável pelo local a história de Janice e sua égua. 

Universidade dará assistência ao animal

Na clínica da UCS, há um programa onde alunos e professores da instituição atendem gratuitamente animais de famílias em situação de vulnerabilidade social. A ideia é alinhar educação com prestação de serviço à sociedade. 

Leandro do Monte Ribas, coordenador do curso de Medicina Veterinária, é o responsável pelo espaço que irá acolher Preta. Ele fala que, para dar o atendimento adequado ao animal, será necessária a realização de uma série de exames. Essa é a melhor forma de se identificar qual o real problema que ela tem para, assim, prestar o tratamento adequado. Com isso, a mascote terá que passar um tempo longe de casa. 

– Ela tem uma lesão acidental que é de longo tempo. Além da piora natural, por não receber o tratamento recomendado, acabou gerando uma ferida crônica que, hoje, necessita de um diagnóstico mais avançado e de cuidados intensivos – comenta Leandro. 

Porém, explica o professor, a UCS não consegue se responsabilizar por outros gastos que o bicho terá ao longo deste período. Então Janice precisa arrecadar R$ 2,5 mil para solicitar um documento que dá a liberação para que ela faça o deslocamento de Preta entre os municípios, além de pagar o transporte e adquirir sacos de alfafa para que a égua se alimente no tempo em que ficará internada.

APOIE
/// Sem condições para arcar com as despesas necessárias para o tratamento de seu animal, Janice criou uma vaquinha online para buscar ajuda. Para colaborar com sua campanha, acesse o link vaka.me/2763760.

/// Para saber como ajudar de outras formas, entre em contato com Janice pelo WhatsApp (51) 99833-5783.

Produção: Émerson Santos



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