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Morador passa noite no banheiro após árvore cair sobre casa na zona norte de Porto Alegre

Marcos Piter da Silva diz que inúmeros pedidos de poda e retirada da planta foram registrados pela prefeitura, mas serviço não foi realizado

28/04/2022 - 17h50min

Atualizada em: 28/04/2022 - 18h32min


Lauro Alves / Agencia RBS
Parte da estrutura de casa ficou comprometida após queda de árvore no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre

Terminou de maneira negativa uma sequência de pedidos feitos à prefeitura de Porto Alegre para retirada de uma árvore no bairro Rubem Berta, na Zona Norte. Por volta das 21h de segunda-feira (25), o atendente de alarme Marcos Piter da Silva, 49 anos, acordou com um estrondo. Em seguida, sentiu fragmentos de tijolos pelo corpo: o barulho, que parecia ser um raio, na verdade, era resultante da queda da árvore que ficava perto da residência.

— A experiência foi horrível, fiquei preso durante 30 minutos no meu quarto, um dos cômodos mais atingidos — diz.

O morador vive há 12 anos no local. Há quatro, desde que sua mãe faleceu, mora só no imóvel na Rua José Luiz Martins Costa, acesso I4. Desde a queda da árvore, parte da estrutura de sua casa ficou comprometida. Segundo ele, o telhado da residência e as paredes do quarto e da sala estão danificados.

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Agora, ele transita entre os dois cômodos que parecem estar em melhores condições: a cozinha e o banheiro. Para dormir, Marcos utiliza o banheiro, por ser onde as paredes não apresentam rachaduras e por ter o teto feito de laje, o que minimiza o risco de desabamento.

— Essa árvore era uma tragédia anunciada. Quando minha mãe ainda era viva, já convivíamos com alguns galhos secos que caiam — conta Marcos.

De acordo com o atendente, inúmeros pedidos de poda e retirada da árvore foram registrados por ele. Um deles gerou o protocolo 001.029548.10.1. Desde a queda do vegetal, o morador afirma que uma equipe da prefeitura esteve no local. Mas, até quinta-feira (28), ele ainda não havia recebido informações sobre quando a árvore seria removida.

Marcos ainda não conseguiu contabilizar o número total de estragos. Ele diz que equipamentos como televisão, rádio e computador ficaram expostos à chuva.
Além disso, instrumentos musicais e móveis também não puderam ser retirados do local. Mas o que mais o preocupa é o que ocorrerá depois da retirada da árvore.

Ele questiona se receberá algum recurso financeiro da prefeitura para arcar com os custos da reconstrução. Desde janeiro de 2021, Marcos está afastado de suas funções profissionais por conta do agravamento de um problema de visão. Atualmente, ele recebe um auxílio do INSS que, segundo o morador, cobre apenas suas principais despesas.

Essa não é a primeira vez que a comunidade aciona o Diário Gaúcho para relatar os transtornos causados pela falta de poda da árvore. Em 2015, uma vizinha de Marcos contatou o jornal para relatar um problema semelhante.

Na época, a Secretaria de Meio Ambiente (Smam), atual Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), informou que enviaria um técnico ao local para nova vistoria. Marcos diz que, em 2021, uma equipe da prefeitura esteve em sua casa e podou alguns galhos.

Prefeitura diz ter dado assistência

Segundo a Smamus, em 2017, os serviços de manejo da vegetação nas vias públicas passaram a ser realizados pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), que afirmou que o último protocolo em relação a esta árvore é de 2020. “A SMSUrb tem se empenhado em atender protocolos de anos anteriores que ainda estavam no sistema. Os mais antigos têm prioridade”, diz. Além disso, a pasta afirma que o local onde a árvore ficava é de difícil acesso.

Afirma ainda que, após a queda, três equipes da empresa terceirizada que presta serviço de podas foram ao local, com bombeiros e Defesa Civil. “As equipes, no entanto, precisaram esperar a chegada da CEEE Equatorial para que fosse desligada a energia elétrica a fim de realizar a poda e remoção dos galhos”, serviço que ficou para ser concluído nesta quinta.

A prefeitura destaca que o que determinou o rompimento da árvore não foi o tempo ou os galhos. “Um coordenador esteve no local e afirma que o determinante foram os constantes incêndios provocados na parte da fenda. A árvore não tinha mais nada de tecido interno, e isso enfraqueceu o tronco, o que causou o rompimento”, diz.

Após a remoção dos galhos pela SMSUrb, a Defesa Civil fará nova vistoria para analisar se houve danos nas estruturas dos imóveis.

Produção: Kênia Fialho 


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