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Camelódromo

Pop Center sorteia 130 lojas e busca retomada de clientes que diminuíram na pandemia

Centro comercial popular no Centro Histórico, em Porto Alegre oferece estandes com aluguel entre R$ 725 e R$ 1,2 mil, mais taxas; inscrições terminam nesta quarta-feira (20)

20/04/2022 - 20h38min


Roger Silva
Roger Silva
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Das 800 lojas do local, 130 estão abandonadas ou fechadas à espera de novos empreendedores

Nesta quarta-feira (20), 144 vendedores manifestaram interesse em ter um espaço no centro comercial Pop Center, no Centro Histórico, em Porto Alegre, e se inscreveram no sorteio de 130 lojas no local, marcado para a sexta-feira (22). A inscrição ia até as 17h30min. Cada empreendedor contemplado poderá abrir seu comércio assim que regularizar seu contrato, em trâmite que, segundo a administração do Pop Center, pode levar menos de uma semana.

— Estamos em um movimento de revitalização para chamar de volta o cliente que deixou de vir até aqui ao longo da pandemia. É um local privilegiado, pois fica no Centro e tem uma média de circulação diária de 30 mil pessoas, com terminais de ônibus, com a maior diversidade de produtos que já vi, e outros comércios por perto — enaltece o diretor comercial do Pop Center, Juliano Maroso.

As lojas disponíveis no sorteio medem entre 3 e 5 metros quadrados e ficam, em sua grande maioria, no bloco B do centro comercial, local mais distante da entrada principal na Rua Voluntários da Pátria. O preço do aluguel semanal é de R$ 60,45 por metro quadrado - R$ 725,4 nas lojas menores e R$ 1.209 nas maiores disponíveis através de sorteio desta sexta.

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Mesmo com a promessa de um ponto valorizado com alta circulação de compradores, quem tem loja depois da passarela central se queixa da queda do movimento nos últimos dois anos. A redução da receita dificultou o pagamento das mensalidades e aluguel em dia.

— Mesmo com as lojas fechadas em alguns meses de 2020 e 2021 o aluguel foi cobrado, ainda que parcelado, e isso dificultou a sobrevivência das lojas, por isso fecharam tantas — explica Bruno Mendez, 19 anos, vendedor de uma loja que faz manutenção em celulares.

— É um ponto bom, sim, mas hoje em dia faturamos mais pela internet do que aqui no balcão — complementa.

O movimento era de fato muito maior nos corredores do bloco A do que no bloco B enquanto a reportagem de GZH esteve no local, entre as 9h e 10h desta quarta (20). No final da passarela que passa por cima da Avenida Julio de Castilhos, Eduarda Nakoneczny, vendedora de uma loja que trabalha com itens de tabacaria, pendurava toalhas, bandeiras e máscaras nos portões fechados de quatro lojas em frente a sua para chamar a atenção do público.

— A maioria das pessoas não vem até aqui porque encontram tudo que vieram comprar lá na frente — aponta Eduarda.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Eduarda aproveitou espaços vazios no corredor para ampliar a exibição de produtos da própria loja

No varal improvisado por ela, uma toalha verde e amarela com o busto do presidente Jair Bolsonaro e outra com uma foto do ex-presidente Lula eram divididas por uma terceira cuja estampa imitava uma nota de 100 dólares. Perguntada sobre qual vende mais, Eduarda assinalou a terceira, nem mencionada pelo repórter:

— A de dólar vende mais que as duas.

O fator econômico e social é complementar à situação sanitária desencadeada em março de 2020. À época, Matheus Oliveira e seus colegas ampliavam a atuação da loja deles que conserta celulares ao lado da de Eduarda. O investimento ficou parado, e até hoje não conseguiu recuperar o movimento.

— Caiu uns 70% em relação à antes da pandemia. Na Páscoa foi melhor, mas em geral está difícil — comenta Oliveira.

Ao longo dos dois anos da pandemia, o número de lojas fechadas foi crescendo. Por pelo menos outras duas vezes a administradora tentou sortear os estandes desocupados, mas não obteve sucesso.

— Viemos em ritmo lento. Algumas pessoas pegaram as lojas por sorteio e nem conseguiram abrir. Ainda havia uma insegurança econômica tomando conta, e preferiram nos devolver. Enquanto tivermos loja disponível, seguiremos fazendo chamamento através de sorteio a cada três meses. Nosso objetivo é ir trazendo gente para dentro, pois tem muito camelô na rua e nós ali temos lojas com espaço — afirma a diretora Elaine Deboni.

A gestão do Pop Center é otimista quanto à recuperação do fluxo de pessoas e volume de vendas em 2022. Além dos 670 comerciantes que resistiram à crise, novos 130 podem se somar ao centro comercial no ano em que eles querem recuperar fachadas, escadas de acesso e investir também em publicidade e qualificação de vendas para os permissionários.

— É importante lembrar sempre que o Pop Center é uma solução social que traz formalidade a quem estaria vendendo na rua — destaca Maroso.

Documentação necessária para inscrição:

- Original e cópia da Carteira de Identidade - RG;
- Original e cópia do Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;
- Original e cópia da Certidão dos filhos;
- Original e cópia do comprovante de residência (conta de luz ou conta de água em seu nome)
- Original e cópia dos documentos que comprovem a atividade a ser desempenhada no local (se houver);

Serviço

- Inscrição até as 17h30min da quarta (20), no terceiro andar do Pop Center
- Sorteio das 130 lojas disponíveis na sexta-feira (22), às 14h, no mesmo local


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