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Segurança extra

Uso de repelentes pode auxiliar na prevenção à dengue? Especialistas apontam que sim

Produto é opção eficaz para integrar rotina de cuidados, mas tempo de reaplicação e indicação de faixa etária devem ser observados no rótulo

24/04/2022 - 12h02min

Atualizada em: 24/04/2022 - 12h28min


Paula Chidiac
Raquel Portugal / Fiocruz Imagens
Aedes aegypti pode transmitir não somente a dengue, mas também zika e chikungunya

Com o Rio Grande do Sul em alerta máximo contra a dengue, cada vez mais a população busca alternativas para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti. Mas além dos cuidados básicos, como não deixar água acumulada em vasilhames, os gaúchos também podem contar com outras alternativas para garantir uma proteção extra. Entre elas, está um indispensável item para quem gosta de acampar, e que pode marcar presença nas casas mais cuidadosas: o repelente.

— Os repelentes químicos, que podem ser comprados na farmácia, as pessoas podem confiar para evitar a picada do mosquito. Só tem que confirmar se no rótulo é aprovado na Anvisa — destaca a dermatologista do Hospital Mãe de Deus, Sabrina de Stefani.

Líquido, creme e aerossol: independentemente da consistência do repelente, todos têm a mesma eficácia, explica a dermatologista. No entanto, é necessário prestar bastante atenção no rótulo para entender como o produto funciona e o quanto utilizar para não ter intoxicação. Ou seja, nada de exagerar. Se apresentar sintomas como vômitos, tosse e sudorese, é melhorar procurar um atendimento médico. 

Também há diferentes princípios ativos nos repelentes químicos, cada um com um intervalo de aplicação diferente e faixa etária recomendada. Aqueles à base de icaridina são mais comuns e costumam durar mais na pele. Destes, a grande maioria só é liberada para pessoas a partir de 2 anos de idade, mas segundo a pediatra do Hospital Moinhos de Vento Mariana Silva de Faria, já existem alguns produtos disponíveis para bebês a partir de dois ou três meses. 

Ainda é possível encontrar outros repelentes à base de  IR3535 e DEET, e dentro da aplicação indicada no produto, todos são recomendados — inclusive para as gestantes, que também precisam tomar cuidado com zika e chikungunya, transmitidos pela picada do Aedes aegypti. O que não vale é usar produtos caseiros pois, como frisa Mariana, eles não têm uma formulação adequada. 

Para quem está na rua, o repelente deve ser aplicado cerca de 15 minutos após o protetor solar, explica Sabrina. Depois disso, é só cuidar o tempo de reaplicação para aproveitar com segurança e bem longe dos mosquitos. 

Repelentes em crianças

Pais, mães e cuidadores precisam dar uma atenção maior quando se trata dos pequenos. Repelente não deve ser ingerido para não causar intoxicação, então nada de aplicar o produto nas mãos ou nos pés das crianças que ainda estão em fase oral. Não deixar a embalagem com o produto perto deles também é recomendável, para que não ocorra acidentes e não vá parar em áreas sensíveis como olhos e boca. 

Vale lembrar que o tempo de reaplicação indicado em produtos liberados para crianças pode ser maior, justamente por terem uma concentração menor. Mas para quem tem menos de dois meses de idade, é necessário buscar alternativas para impedir a picada do Aedes aegypti. Neste caso, repelentes elétricos, que são colocados nas tomadas das paredes de casa, podem ser uma boa opção. 

— Não existe nenhum risco, só tem que cuidar para não ficar muito próximo de onde a criança dorme, até para evitar risco de incêndio. Também tem que lembrar de fazer higiene do quarto e fechar a casa por volta das 16h — explica Mariana.

É possível apostar em telas de proteção e mosquiteiros para garantir a segurança dentro de casa. Já os venenos aerossóis podem ser utilizados nos quartos, desde que ninguém fique no espaço até ele ser completamente arejado. Se a falta desse cuidado pode causar intoxicação em adultos, nos pequenos o risco é amplificado.

Para aqueles que não podem usar repelentes, tanto no lar, quanto — e especialmente — na rua, os cuidados devem incluir a proteção mecânica: blusa de manga comprida e calças, cuidado amplamente frisado pela pediatra. Afinal, trata-se de uma alternativa simples, mas eficaz para garantir a saúde das crianças.

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