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Viamão baixa passagem de ônibus pela segunda vez em sete meses

Cidade da Região Metropolitana conseguiu reduzir a tarifa de R$ 4,50 para R$ 4,25. Linhas rurais também foram contempladas, mas valores variam

11/04/2022 - 17h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Prefeitura de Viamão / Divulgação

Andar de ônibus em Viamão ficou mais barato, de novo. Isso porque é a segunda vez em sete meses que a prefeitura altera a tarifa municipal para baixo. Agora, as linhas urbanas terão custo de R$ 4,25, ante os R$ 4,50 que estavam em vigor. 

Nos trajetos rurais, a passagem muda de valor de acordo com os trajetos, mas de acordo com a prefeitura, a tarifa média nesses trechos ficou em R$ 5,78, um redução de 5,5% em relação aos preços que estavam sendo cobrados. Os novos valores entraram em vigor nesta segunda-feira (11), depois de um decreto publicado pelo Executivo.

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Em agosto do ano passado, Viamão havia baixado valor da passagem, de R$ 4,80 para R$ 4,50. Com a nova redução, a tarifa ficou R$ 0,55 mais barata no período de sete meses. Conforme cálculos do município, para trabalhadores que usam os trajetos urbanos, a nova redução representará economia de R$ 130 mensais e mais de R$ 1.500 por ano.

— Nós enfrentamos o pior momento da pandemia e agora é chegada a hora de retomar a economia e a empregabilidade. Decidimos reduzir a tarifa do transporte coletivo por sabermos do impacto no bolso de quem depende do ônibus para se deslocar ao trabalho. Queremos tornar o modal mais atrativo e aumentar o número de usuários — diz Nilton Magalhães, prefeito de Viamão.

A revisão da tarifa para baixo foi possível depois da cidade aprovar, em agosto de 2021, um subsídio de R$ 5 milhões para as empresas que operam na cidade. O valor está sendo repassado em parcelas ao operador do sistema. O subsídio é único, mas pode ser refeito em outro período, de acordo com a lei aprovada na Câmara Municipal no ano passado. 

Sem alterar o subsídio, foi possível baixar novamente o preço do tíquete. Isso porque baixando a passagem, mais usuários entraram no sistema, tornando possível reduzir o subsídio e ainda reduzir ainda mais a tarifa, explica a prefeitura.

Subsídios

Mas, como os repasses permitem baixar a passagem? Então, normalmente, as empresas de ônibus precisam arrecadar um valor "X" por mês para manter a operação viável. Numa operação comum — em vigor na maioria dos sistemas de transporte público do país _ todo esse custeio vem da tarifa. Assim, em meses com menos usuários que o necessário, há prejuízo, coberto por meses com mais usuários que a meta. É um exemplo bastante básico. 

Com os subsídio públicos, a prefeitura completa a meta a ser arrecadada. Assim, mesmo que o número de usuários pagantes não seja o suficiente, o sistema se mantém viável financeiramente. E como não é necessário aumentar a passagem pensando naqueles períodos com menos usuários, o inverso acontece, a tarifa cai de preço. Um adendo positivo é que, na maioria dos locais, com a redução, mais usuários vêm pro sistema, aumentando a arrecadação. Tornando possível em alguns casos, reduzir também o subsídio, gerando economia para os cofres públicos.

Medida adotada em outras cidades

Outras cidades da Região Metropolitana também conseguiram reduzir o valor da passagem ao longo dos últimos anos graças aos repasses, como Cachoeirinha, Esteio e Gravataí. No mês passado, o Diário Gaúcho mostrou como essas cidades já estavam colhendo os frutos de uma passagem mais barata, com o número de passageiros aumentando.

Em Porto Alegre, a prefeitura também repassa dinheiros para as empresas. Atualmente, a tarifa na Capital deveria custar cerca de R$ 5,20 — a chamada tarifa técnica. Mas, a prefeitura aprovou um valor menor, R$ 4,80 — chamado de tarifa do usuário —, que está em vigor desde o ano passado. Para 2022, a nova passagem ainda não foi definida, mas o sistema adotado deve ser o mesmo, descolando a tarifa técnica daquela cobrada ao usuário e cobrindo a diferença com subsídios.


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