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Segundo mais venenoso 

Mais de 20 escorpiões amarelos são capturados durante inspeção noturna da Vigilância no Centro Histórico

Neste ano, já foram realizadas 143 capturas do animal em pelo menos quatro bairros da Capital

25/05/2022 - 08h31min

Atualizada em: 25/05/2022 - 08h33min


Jean Peixoto
Jean Peixoto
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Quem contempla as belezas do Centro Histórico de Porto Alegre nem sempre tem a dimensão do perigo que espreita sob as calçadas e alçapões de energia elétrica da Capital. As denúncias de aparições de escorpiões-amarelos (Tityus serrulatus), levaram as equipes da Secretaria Municipal de Saúde, agentes de combate a endemias e funcionários do Dmae às ruas do bairro na noite desta terça-feira (24), para mais uma ação de captura dos animais. 

Ao fim da operação, que percorreu o quadrilátero composto pela Avenida Salgado Filho, Rua dos Andradas, Senhor dos Passos e Doutor Flores, 28 animais foram recolhidos. Após capturados, eles serão encaminhados para o Centro de Informação Toxicológica.

A maior parte deles (10) foram recolhidos sob fios dentro das caixas de telefonia subterrâneas localizadas no início da Rua dos Andradas, próximo à Praça Dom Feliciano, onde a incursão teve início.

Lanternas com luz ultravioleta (UV) foram utilizadas para identificar os escorpiões. Os técnicos da Vigilância Ambiental utilizaram pinças para capturar os animais. O agente de endemia da Vigilância da Capital, Luiz Fernando Lopes, explica que o escorpião-amarelo é o segundo mais venenoso do mundo e o mais venenoso da América Latina.

— Ele é oriundo da região Sudeste. Entrou no Rio Grande do Sul em caixas de alimentos, provavelmente. Os bairros mais infestados de Porto Alegre hoje são o Centro Histórico, Mário Quintana, Navegantes, que é onde fica a Ceasa, e também a Lomba do Pinheiro — comenta.

Conforme Lopes, 18 bairros da Capital já têm casos de aparições de escorpiões-amarelos. Ele sublinha que o animal não faz diferenciação de clima e pode se esconder dentro de tubulações no esgoto. 

Reprodução independente

Como só existem fêmeas do escorpião-amarelo, elas se reproduzem de forma independente, sem a necessidade de um macho, podendo ter dois partos por ano com 15 a 20 filhotes. O animal vive, em média, quatro anos. No meio urbano não há predadores naturais para ele, que seriam gambás, corujas, galinhas da angola ou morcegos, o que possibilita uma proliferação maior.

Luiz Fernando Lopes aponta que o escorpião tem hábitos noturnos, que é quando ele sai da toca para caçar. O alimento principal dele são as baratas, que são facilmente encontradas no Centro Histórico. Uma única barata pode render seis meses de alimento para um escorpião.

Em 2021, foram notificadas 104 visualizações do animal na cidade, com maior ocorrência no Centro Histórico, seguido do bairro Anchieta. Neste ano, houve um acidente no Centro Histórico e, a partir de notificação ao serviço 156, foram realizadas 143 capturas de escorpião-amarelo no Centro Histórico, Mário Quintana, Passo D’Areia e Menino Deus. 

Como evitar acidentes

O escorpião-amarelo não ataca, mas se defende. Em caso de acidente, a orientação primordial é dirigir-se ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde é possível ministrar o tratamento devido.

— Todos os ralos devem ser mantidos fechados com tela milimétrica. Roupas e camas devem ser mantidas afastadas da parede. Colchas não devem encostar no chão. Sempre verificar o sapato antes de colocar no pé. Roupas que não são usadas dentro do roupeiro devem ser sacudidas antes de vestir. Estes são os principais cuidados e devem ser tomados o ano todo — destaca o técnico.



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