Porto Alegre



Solidariedade

Moradores da Ocupação Justo cultivam horta comunitária 

Por lá, o que é colhido vai para a mesa das famílias e alimenta crianças de projeto 

19/05/2022 - 05h00min

Atualizada em: 19/05/2022 - 10h15min


Lauro Alves / Agencia RBS
Da esquerda para direita: Cristina Giani, Andréia Lima, Adriana Conzatti, Vera Silva, Marines Nodari

Alguns plantam por necessidade, outros por amor e prazer, podendo até ajudar o próximo. Há também quem consiga unir tudo isso. Esse é o caso da Horta do Encontro, localizada na Ocupação Justo, no bairro Duque de Caxias, em São Leopoldo. Assessorada pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS - Ascar), a plantação começou há um ano e possui cerca de 80 metros quadrados.  

Por lá, os alimentos colhidos foram distribuídos entre famílias de baixa renda que vivem na Ocupação e oferecidos em almoços para as crianças que frequentam o projeto de reforço escolar, que ocorre no mesmo espaço. Durante o ano de 2021, foram fartas as colheitas de alface, rabanete, couve, beterraba, moranga e temperos. 

De acordo com a Irmã Missionária Cristina Giani, uma das responsáveis pela horta, além da Emater, o projeto conta com o apoio do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e de voluntários que apreciam o trabalho.  

— A Emater nos ajudou a fazer os canteiros e a pensar quais sementes usarmos e como plantá-las, nos auxilia sempre que precisamos. É de grande importância para nós - conta Cristina. 

Cultivando afeto 

Segundo Adriana Conzatti, extensionista da Emater, antigamente não havia condição de cultivo no local, pois o solo era de arenito. Para soltar essa pedra e criar os canteiros, houve uma mobilização da comunidade, que arrecadou terra, madeiras e composteiras. Desde então, o grupo se reúne semanalmente para cuidar da horta.  

A extensionista conta que, no município, há diversas hortas que ela assessora. Cada uma possui seus níveis e formas de organização, bem como de envolvimento da Emater. Ela comenta que é comum os participantes relatarem que se sentem melhor após cada ação com a horta. 

Lauro Alves / Agencia RBS
Neste ano, a intenção do grupo é aumentar os canteiros e diversificar o plantio

— É extremamente gratificante exercer esse trabalho. Embora as hortas sejam diferentes umas das outras, trabalhar nesse espaço dentro de um ambiente urbano é incrível - comenta Adriana. 

Ela completa dizendo:  

— São criadas relações de afeto também, é um processo de troca. Cada participante tem algo para aprender, mas também para ensinar. 

Metas: crescer e diversificar 

Neste ano, a intenção do grupo é aumentar os canteiros e diversificar o plantio. Nos últimos mutirões, foram plantados alface, repolho, tempero verde e ervas condimentares. De acordo com Cristina, o grupo pretende, num futuro não tão distante, contar com uma cisterna —  reservatório que capta, armazena e conserva a água da chuva - para poder regar a horta:  

 — A água que utilizamos no dia a dia é um bem para todos e precisamos cuidar. 

Ela comenta também que, aumentando a plantação, é possível criar uma pequena feira, com preços acessíveis aos moradores da Ocupação. Assim, esse dinheiro seria distribuído para as pessoas que trabalham diretamente na Horta do Encontro e na alimentação das crianças que participam do projeto que ocorre por lá. 

Para ajudar

  •  Caso você queira conhecer, ajudar e participar do projeto, pode entrar em contato diretamente com a Irmã Missionária Cristina pelo telefone (51) 9606-1296: 

 —  Qualquer ajuda é bem-vinda, seja ela física, em dinheiro, em doações de sementes, ou até mesmo em orações. 

Produção: Leonardo Bender


MAIS SOBRE

Últimas Notícias