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Municípios gaúchos contabilizam estragos causados pela passagem da tempestade Yakecan

Há relatos de quedas de árvores e postes, destelhamento de casas e falta de luz e água

18/05/2022 - 21h53min


André Malinoski
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Vento inclinou poste na Restinga, na zona sul de Porto Alegre

Municípios gaúchos contabilizam os estragos causados pela passagem da tempestade subtropical Yakecan pelo Rio Grande do Sul.  Nesta quarta-feira (18), ainda havia localidades sem energia elétrica e água em decorrência do evento climático. O coordenador estadual da Defesa Civil do Estado, coronel Júlio César Rocha Lopes, avalia a situação dos locais mais atingidos pelos ventos e pela chuva:

— Tivemos ocorrências de bastante quedas de árvores em alguns municípios, principalmente na região litorânea. Também houve destelhamento de casas. O hospital de Tramandaí teve destelhamento e os pacientes da ala atingida foram transferidos para outro setor. Em Rio Grande, não tivemos grandes estragos, mas o mar avançou e cobriu as ruas  —  cita o militar.

Em Porto Alegre, até a tarde desta quarta, 31 bairros ou localidades seguiam sem água, em função da falta de energia elétrica. Ao menos 180 mil pontos permaneciam sem luz em todo o Estado até o final da tarde. Até a cor da água captada do Guaíba no bairro Belém Novo ficou turva, por causa dos efeitos da tempestade. O abastecimento seria normalizado até a noite desta quarta. Na noite de terça-feira (17), 46 pessoas dormiram dentro do Ginásio Tesourinha. A medida seria repetida pela prefeitura de Porto Alegre na noite desta quarta, em função da previsão de frio intenso.

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O prefeito de Tavares, Gardel Araújo, afirmou, durante entrevista ao programa Gaúcha+, na tarde desta quarta, que o município estava sem energia elétrica desde as 15h do dia anterior. Ele também comentou sobre os problemas da cidade, que possui 6 mil habitantes, sendo que 2,2 mil deles vivem na área urbana.

— Está tudo parado, não temos comunicação com ninguém. As agências bancárias estão paradas, as serrarias também, está um caos. Nada está funcionando aqui — relata, salientando que há muitos postes caídos na região.

Em relação aos estragos na cidade, não houve danos materiais. Os problemas ficaram mais localizados entre Mostardas e Tavares, no Litoral Sul. O prefeito, que também reclamou da falta de informações por parte da CEEE Grupo Equatorial, informou que as aulas devem voltar ao normal nesta quinta-feira (19).

Em Bagé, na Campanha, algumas casas ficaram destelhadas, segundo a Defesa Civil. Oito imóveis receberam lonas nos bairros Damé, Santa Cecília, Arvorezinha, Menino Deus, Castro Alves e Solar São Martins. As pessoas em situação de rua da cidade foram levadas para um albergue durante a tempestade. 

O vento acabou causando destruição em outros municípios. Em Três Cachoeiras, na comunidade da Vila Fernando Ferrari, o salão do ginásio da igreja desabou sem deixar feridos. Materiais de construção, como tijolos e partes de concreto, ficaram espalhados pelo chão.

Também no Litoral Norte, as prefeituras de Tramandaí e de Imbé, juntamente à administração da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, já avaliavam os estragos no telhado do hospital, destruído pela tempestade. Os pacientes foram transferidos para outra ala e ninguém ficou ferido. Assim que a chuva parasse, os reparos seriam feitos. Foram registrados outros destelhamentos na cidade, queda de postes e de árvores. 

Situação semelhante passou Osório, que registrou portões, postes e árvores caídas, além de alagamentos em função da forte chuva. Os bairros Caravágio, Glória e Aguapés tiveram mais de 40 destelhamentos. As consultas eletivas foram suspensas nesta quarta, em função da falta de luz e água nos postos de saúde. Balneário Pinhal também teve queda de árvores e postes. Uma árvore caiu na Estrada do Mar entre Osório e Torres. Outra caiu na Rota do Sol em Três Forquilhas.

Em Rolante, no Vale do Paranhana, as aulas estão suspensas e alguns pontos do município permanecem interditados devido aos efeitos da tempestade. O nível dos rios Areia e Rolante estão subindo rapidamente e, segundo os bombeiros voluntários da região, há risco de enxurrada.

Em Rio Grande, no sul do RS, o mar recuou depois de avançar durante a tempestade. Na Barra, a água atingiu o continente e alcançou a BR-392. Laranjal e Pelotas ainda seguiam sem energia elétrica na tarde desta quarta. Ao menos seis árvores foram derrubadas pelo vento na praia do Cassino. Em outros municípios da região, a situação era parecida, com registros de quedas de árvores, postes e falta de energia elétrica.


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