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80% das emergências do SUS para adultos de Porto Alegre estão superlotadas

No Hospital de Clínicas, 36 pessoas aguardam por um leito, e apenas pessoas em estado grave são atendidas

23/06/2022 - 22h04min


Guilherme Milman
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André Ávila / Agencia RBS

O sistema de saúde pública continua sobrecarregado em Porto Alegre. Na manhã desta quinta-feira (23), oito das 10 emergências destinadas a adultos que pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS) operavam acima da capacidade.

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Segundo informações do painel da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e atualizações das instituições a pedido da reportagem, dos seis hospitais que possuem o serviço, quatro estão superlotados. Uma das situações mais críticas é registrada no Hospital de Clínicas, onde há 109 pacientes para 56 leitos, o que faz a ocupação chegar a 194%. Desse total, 76 se encontram em observação e outros 36 aguardam por um leito. Em razão disso, o hospital está recebendo apenas pacientes gravíssimos.

As outras instituições que estão com as emergências superlotadas são: Hospital Santa Casa, Instituto de Cardiologia e Hospital da Restinga. A Santa Casa, que possui uma taxa de lotação ainda maior (237%) restringiu o atendimento apenas para casos graves. Já o Instituo de Cardiologia afirma estar priorizando pessoas cujo estado de saúde é mais crítico.

A orientação é que pessoas com casos leves procurem os postos de pronto-atendimento. No entanto, as quatro emergências das quais a cidade possui também estão superlotadas. O maior índice nesta quinta-feira é no posto da Bom Jesus, na Zona Leste, onde são 29 pessoas internadas e sete leitos, uma taxa de ocupação de 414%. As demais unidades são: UPA Moacyr Scliar, na Zona Norte, Cruzeiro do Sul, na Zona Sul, e Lomba do Pinheiro, na Zona Leste.

Em nota, a SMS justifica o grande aumento por atendimentos pela queda das temperaturas registrada com a chegada do inverno, o que costuma agravar sintomas de doenças respiratórias. A pasta ainda reforça que "está em um esforço permanente junto aos hospitais da Capital para abrir mais vagas e suprir o aumento da demanda", e ressalta ainda que mais da metade dos pacientes que aguardam internação nos hospitais vêm de outras cidades, 55% da demanda (confira a nota na íntegra abaixo).

Conceição opera abaixo da capacidade

O Hospital Conceição é um dos dois hospitais que ainda possuem leitos disponíveis na ala da emergência adulta. A instituição chegou a restringir totalmente os atendimentos na última terça-feira (21) após atingir a marca de 90 internações. Depois, voltou a atender apenas casos graves. Desde a noite de quarta-feira (22) as atividades estão funcionando normalmente. Conforme o monitoramento do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), às 11h50min desta quinta-feira, 53 pessoas estavam internadas. São 64 leitos disponíveis.

Confira a ocupação das emergências da capital*:

/// Instituto de Cardiologia - 175%

/// Hospital de Clínicas- 194,64%

/// Hospital Nossa Senhora da Conceição - 82,81%

/// Hospital Santa Casa - 237,50%

/// Hospital da Restinga - 122,22%

/// Hospital Vila Nova - 46%

/// Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar- 300%

/// Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul - 208,33%

/// Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro - 155,56%

/// Pronto Atendimento Bom Jesus- 414, 29%

*Informações do painel de monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde junto com atualizações fornecidas pelos hospitais

Nota da SMS na íntegra:

Nas últimas semanas, com a queda das temperaturas, observamos um aumento na procura por atendimento nos serviços de saúde, principalmente de pessoas com sintomas respiratórios. A SMS está em um esforço permanente junto aos hospitais da Capital para abrir mais vagas e suprir o aumento da demanda. No entanto, neste momento, 55% das pessoas que aguardam internação em hospitais da Capital são de cidades do interior. A SMS orienta que as pessoas priorizem o atendimento em seus municípios de residência, contribuindo para evitar a superlotação dos serviços em Porto Alegre. Para a população da capital, a orientação é que, em casos leves, a população busque atendimento nas 132 unidades de saúde da Capital, que estão preparadas para atender quadros respiratórios e outras patologias. 

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