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Devo esperar mais reações à quarta dose contra covid? Confira respostas para essa e outras dúvidas

O avanço da imunização faz surgir perguntas a respeito de possíveis efeitos adversos

22/06/2022 - 09h15min

Atualizada em: 22/06/2022 - 09h15min


Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo
Leon Ferrari
Marco Favero / Agencia RBS
Todas as vacinas em uso no Brasil são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária porque tiveram segurança e eficácia atestadas por estudos

O Ministério da Saúde ampliou o público elegível a uma quarta dose da vacina contra covid-19 na segunda-feira, 20. A depender do calendário em vigor em cada cidade, pessoas com 40 anos ou mais podem buscar os postos para receber o segundo reforço. Mas com o avanço da vacinação surgem algumas dúvidas: que efeitos adversos esperar? Terei menos ou mais reações que as doses anteriores?

Todas as vacinas em uso no Brasil - Astrazeneca, Coronavac, Janssen e Pfizer - são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) porque tiveram segurança e eficácia atestadas por estudos.

Confira respostas para algumas dúvidas:

Após a quarta dose, devo esperar mais ou menos reações adversas?

Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que doses subsequentes, na maioria das vezes, "são menos reatogênicas":

— Você já foi apresentado àquele antígeno.

Ela afirma que para algumas vacinas, às vezes, pode ocorrer uma reação local mais intensa após o reforço. No caso da covid, a médica diz nunca ter visto isso acontecer.

As reações à quarta dose serão diferentes das demais?

Não necessariamente.

— Não se espera mais eventos adversos na terceira, quarta dose. Os eventos adversos hoje não são diferentes dos que vimos antes — diz Isabella.

Por que temos reações adversas às vacinas?

A médica explica que isso acontece porque, para que tenhamos uma resposta imunológica, a vacina gera uma reação inflamatória. Logo, a dor no braço ou de cabeça, por exemplo, são reações inflamatórias e estão relacionadas à resposta do sistema imunológico ao imunizante.

—Alguns reagem mais fortemente. Isso não quer dizer que ficam mais protegidos — afirma Isabella.

Quais são os eventos adversos mais comuns?

Isso depende de cada imunizante. Os efeitos previstos são destacados em bula. Para a vacina da Pfizer, por exemplo, reações muito comuns (ocorrem em 10% dos pacientes) são dor de cabeça, diarreia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local de injeção, cansaço, calafrios e febre.

Isabella destaca que, mesmo diferentes, os imunizantes aplicados no país compartilham algumas efeitos em comum: reações locais, como vermelhidão e dor muscular; dor de cabeça; sensação de corpo pesado; e febre baixa.

Nos Estados Unidos, o FDA, agência equivalente à Anvisa, limitou o uso da Janssen. Devo me preocupar?

Nos Estados Unidos, a Food & Drug Administration (FDA) limitou o uso da vacina de dose única da Janssen. No país, recebe o imunizante quem não tiver acesso a outro. A decisão da agência americana foi baseada no risco de trombose com síndrome de trombocitopenia (TTS), caracterizada pelo aparecimento de "coágulos sanguíneos raros e potencialmente fatais em combinação com baixos níveis de plaquetas no sangue". Esse efeito, porém, é raro.

Isabella destaca que a trombose é um efeito "raríssimo". Ela explica que a limitação de uso da vacina nos Estados Unidos se deu por eles terem mais opções de imunizantes à disposição:

— Eles podem escolher qual priorizar. Mas em momento nenhum, a FDA contraindicou o uso da Janssen.


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