Seu Problema é Nosso
Para moradores de General Câmara, buracos na ERS-130 viram preocupação
A estrada é a principal do município, permitindo o tráfego interno e para outras cidades, além do escoamento da produção agrícola
Em General Câmara, a cerca de 76 quilômetros da Capital, buracos na ERS-130 atrapalham a vida dos moradores. A estrada é a principal do município, permitindo o tráfego interno e para outras cidades. É por essa via também que ocorre o escoamento da produção agrícola.
Apesar da sua importância, a ERS-130 está em condições preocupantes. Buracos de grandes proporções, atoleiro e insegurança na pista são as principais reclamações de usuários.
– Nós sofremos com essa estrada há anos. Antigamente, passava uma patrola uma vez a cada seis meses, mas, nos últimos três anos, já não passa máquina. Então, se formaram verdadeiras crateras – diz a agente comunitária de saúde Narimã Elizabete da Silva Azevedo, 48 anos.
Ela mora na comunidade do Potreiro e percorre diariamente três quilômetros da via para chegar ao posto de saúde em que trabalha. Ela conta que as crateras quase impossibilitam o tráfego, principalmente em dias de chuva, porque fica um atoleiro. Sem alternativas de caminho, se obriga a utilizar a estrada, mesmo em péssimas condições.
A professora de Ensino Fundamental Lia Beatriz dos Anjos da Luz, 44 anos, mora na localidade da Boca da Picada e enfrenta situação parecida. Ela usa a ERS-130 para ir trabalhar em Taquari, município vizinho a cerca de 40 minutos de General Câmara.
Mesmo saindo com antecedência de casa, a professora diz que já ficou várias vezes empenhada no meio do caminho por conta das condições da via, gerando atrasos e até perda de dias de trabalho. Esses episódios pioram quando chove.
– No dia que teve temporal (há duas semanas), quase ficamos atolados. Tivemos que voltar para casa porque não tinha como passar – relembra.
Perigo
Para além da buraqueira, as moradoras explicam que as condições da via geram insegurança.
– A estrada se torna perigosa pelo grande fluxo de caminhões carregados que passam nela. Como é estreita e cheia de buracos, não cabem dois veículos. Carros e motos precisam parar na lateral para que os caminhões passem. Mas não é todo mundo que faz isso, o que pode gerar acidentes – analisa Narimã.
– Como utilizo moto, o risco de acidente, derrapagem, de cair para baixo de caminhões ao tentar desviar de buracos, é altíssimo – acrescenta Lia.
Outras preocupações da professora são a falta de sinalização da via e de contenções de proteção entre a estrada e o Rio Taquari, paralelo a uma porção da ERS-130.
– Se um veículo derrapar, perder o controle, corre o risco de cair no rio. Só a mata ciliar não vai segurar. Então é uma estrada abandonada e insegura – conclui Lia.
Insatisfação
A professora conta que ela, em conjunto com moradores de diferentes localidades de General Câmara, solicitaram melhorias na estrada. Para isso, acionaram diversas vezes a ouvidoria do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) por meio de telefone e e-mail. No entanto, segundo os moradores, a situação se mantém.
Em resposta a um e-mail enviado em maio deste ano por um morador, o Daer afirmou que, “até o presente momento, não tivemos recursos liberados para esta rodovia, assim, a única opção de serviços é a patrolagem da mesma, porém, em muitos locais não há material na pista para que se consiga a melhoria desejada”.
Recuperação da via já começou
Em nota, o Daer diz que o trecho da ERS-130 em General Câmara foi “especialmente afetado pelo tráfego de veículos pesados em dias de chuva”. Mas que “conta com R$ 2,2 milhões para a recuperação da rodovia, já iniciada em 11 de agosto, em General Câmara”.
Diz ainda que estão sendo feitos serviços de patrolagem, revestimento primário e melhorias na drenagem da estrada. A recuperação do trecho deve seguir até janeiro de 2023, data prevista pelo Daer para a conclusão das obras.
Produção: Júlia Ozorio