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Déficit de profissionais

Porto Alegre registra fila de espera de 70 crianças com deficiência no aguardo de atendimento em salas de integração nas escolas

Pais relatam falta de profissionais e dificuldades para a integração dos filhos em sala de aula

11/08/2022 - 08h42min

Atualizada em: 11/08/2022 - 08h42min


Laura Becker
Laura Becker
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Lauro Alves / Agencia RBS
Alunos precisam ser atendidos no contraturno, mas não há profissionais suficientes para recebê-los

O déficit de profissionais nas escolas municipais de Porto Alegre segue sendo registrado e afeta ainda mais um grupo específico de alunos. Conforme dados da Secretaria Municipal de Educação (SMED), cerca de 70 estudantes com alguma deficiência aguardam por uma vaga para ser atendido em uma das Salas de Integração e Recursos (SIR).

As salas foram criadas para apoiar a inclusão no Ensino Fundamental de alunos com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades. As SIRs tem como objetivo ainda facilitar o acesso, a participação e a aprendizagem no ensino regular.

No entanto, com o aumento da demanda registrada nos últimos anos, as escolas municipais registram falta de vagas para todos os estudantes. De acordo com dados da SMED, as salas realizam atendimentos com capacidade máxima de 25 estudantes.

Os cerca de 70 alunos que aguardam por uma vaga precisam ser recebidos no contraturno, mas para isso, conforme a secretaria, é necessária a contratação de professores para a educação especial.

Para acabar com a fila de espera, a pasta afirma que seria necessária a contratação de 26 professores. Além disso, pais de alunos com deficiência relatam que há também falta de monitores nas instituições de ensino.

Um exemplo desta situação acontece na Escola Municipal de Educação Fundamental Aramy Silva, localizada na zona sul da Capital, onde estudam 89 alunos de inclusão, com uma professora atendendo na SIR e cinco monitores para atender todos os estudantes matriculados.

Sem um número suficiente de profissionais, a mãe de um aluno autista, de seis anos, relata que o menino vem sofrendo para frequentar a instituição. Ela, que prefere não se identificar, afirma que o filho chega com frequência em casa com agressões pelo corpo.

— A escola não tem profissionais suficientes para garantir o atendimento ao meu filho. Eu já solicitei mais de uma vez que tenha monitores. A presença deles, durante o período de aula, iria amenizar o problema das agressões e contribuiria para ajudar na socialização com os demais colegas — afirmou a mãe.

A SMED informou que, neste mês, realizará o chamamento de mais 100 monitores que serão distribuídos para toda a rede. A definição de quais escolas e o número de profissionais que cada instituição receberá ainda não foi realizada pela pasta.

Também conforme a secretaria, já está em andamento a contratação de mais professores. A pasta já encaminhou um projeto de lei para a Câmara, no entanto, não tem previsão de quando este processo será concluído.


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