Quem circular pela Rua Governador Palheta, pela Praça General Freitas ou pelas fachadas das escolas de educação infantil Hugo Gerdau e Mara Mattos, além de outros 20 pontos de Sapucaia do Sul, já pode aproveitar novos espaços lúdicos da cidade e se divertir.

O projeto Calçadas Pulantes, promovido pela Escola de Educação Infantil Lélo Lélo em parceria com a prefeitura de Sapucaia do Sul, está colorindo 61 calçadas com amarelinhas. O objetivo é incentivar o pertencimento da criança à cidade, criando mais espaços de brincadeira na rua.

A iniciativa faz parte das comemorações do aniversário de 61 anos do município, em agosto. A expectativa era de que as pinturas das 61 amarelinhas fossem concluídas naquele mês, mas, devido às chuvas, o calendário se estendeu até o final deste mês.

A assessora pedagógica Evelyn Bennech, 21 anos, explica que a ideia surgiu após a escola participar de uma mentoria do programa Escolas do Bem, sobre formas de inovar no ensino infantil e como incluir os pais e a cidade nesse processo. 

Preocupados com o período da pandemia, em que as crianças ficaram isoladas em suas casas, os profissionais da escola aproveitaram o aniversário da cidade para propor a ação.

Todos aprendem

A administração de Sapucaia topou a proposta e, com a escola, ajudou a escolher os pontos lúdicos. Fachadas de colégios e caminhos de praças foram os principais locais escolhidos. Moradores e comerciantes também cederam suas calçadas e entraram na brincadeira. 

É a partir de mutirões com famílias e voluntários que a cidade vai se colorindo. Se os profissionais da escola pensaram inicialmente nas crianças, foi durante a pintura das amarelinhas que viram adultos se beneficiando.

– Pais vieram para ajudar as crianças, mas acabaram se envolvendo com tudo, se divertindo e relembrando bons momentos. Vimos as famílias se unindo na brincadeira das calçadas pulantes e trocando experiências – vibra Evelyn, que conta ser fã do jogo.

A oficial de justiça Lusiane Davies, 40 anos, foi uma das mães que reviveu seus momentos de infância junto ao filho Pedro, quatro anos, ao ajudar no projeto:

– Pular amarelinha, uma diversão do meu tempo de criança, é muito legal, ainda mais com o meu filho. É não deixar o brincar e o simples morrerem.

Para ela, as calçadas lúdicas, além de serem um jogo divertido, estimulam a coordenação motora e a sociabilidade. E são uma oportunidade para desconectá-las um pouco da tecnologia e conectá-las às ruas.

Pedro é uma prova disso. Apesar de gostar muito de tecnologia, videogames e ter ficado grande parte da sua vida isolado em casa por conta da pandemia da covid-19, quando questionado se gosta de pular “os quadradinhos”, ele responde alegremente que sim, principalmente junto aos amiguinhos.

–  Nosso objetivo é mudar a cidade, torná-la mais segura, unida e amigável. Transformar em um lugar em que todas as pessoas possam brincar, se divertir e socializar. Nada melhor do que começar isso com as nossas crianças – resume Suzana Félix Pereira, 34 anos, diretora da escola, sobre o projeto.

Como participar

/// Qualquer pessoa que passar pelas calçadas pulantes pode participar da brincadeira.

/// Interessados em ajudar com as pinturas das amarelinhas podem se voluntariar pelo telefone (51) 93619-0415, com Evelyn. 

/// Doações de tintas e pincéis podem ser feitas na escola Lélo Lélo (Rua Diogo Feijó, 653, no bairro Getúlio Vargas).

Produção: Júlia Ozorio