Papo Reto
Manoel Soares conta quem são os nossos funcionários
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados.
Imagine uma pessoa, na hora de escolher alguém que vai trabalhar para ela, dizer que não quer saber nada do funcionário, pois acha besteira esse negócio de ouvir o que ele fala. Não olha a carteira de trabalho dele para saber o que fez nos outros empregos, não entra nas redes sociais dele para saber se não está contratando alguém desequilibrado. Quando a pessoa quer emprego, ela sempre mostra seu melhor lado, coloca a melhor roupa, diz que tem disponibilidade nos fins de semana e feriados, mas depois que assina a carteira, o papo pode mudar.
Outro problema sério é a forma como esse funcionário se relaciona com seus colegas. Se o cidadão não consegue conviver respeitando a forma de os colegas trabalharem e agirem, vai criar um clima ruim. Alguns dizem que vida pessoal e profissional são separadas, mas, na verdade, o que a pessoa fala no momento de descontração é a base do que ela é no trabalho. Quem não respeita, não ouve, é agressivo, não se importa com a galera da faxina ou da cozinha, usa palavras que ofendem, trata pessoas de forma diferente por serem mulheres, gays, negros ou qualquer outro tipo de preconceito, não serve para o trabalho.
Temos que pensar antes de contratar, porque depois que assinamos a carteira e acaba a experiência, demitir esta pessoa vai custar mais caro. Sei que você que está lendo talvez sempre tenha se visto na pele de quem é contratado, mas, neste domingo, estamos na pele de quem contrata. Vamos contratar um presidente e um governador. Essas pessoas vão trabalhar para nós por quatro anos. Como será que vamos escolher esse funcionário? Quais os requisitos para os cargos? Qual o currículo deles, quais os antecedentes deles? Quando um funcionário fica falando mal do outro, merece o emprego? Essas perguntas podem nos ajudar a contratar melhor nossos funcionários, até porque, demitir depois é mais difícil.