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Papo Reto 

Manoel Soares conta quem são os nossos funcionários

Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados.

29/10/2022 - 05h00min

Atualizada em: 29/10/2022 - 05h00min


Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Fique ligado, pois, depois, demitir é mais difícil

Imagine uma pessoa, na hora de escolher alguém que vai trabalhar para ela, dizer que não quer saber nada do funcionário, pois acha besteira esse negócio de ouvir o que ele fala. Não olha a carteira de trabalho dele para saber o que fez nos outros empregos, não entra nas redes sociais dele para saber se não está contratando alguém desequilibrado. Quando a pessoa quer emprego, ela sempre mostra seu melhor lado, coloca a melhor roupa, diz que tem disponibilidade nos fins de semana e feriados, mas depois que assina a carteira, o papo pode mudar. 

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Outro problema sério é a forma como esse funcionário se relaciona com seus colegas. Se o cidadão não consegue conviver respeitando a forma de os colegas trabalharem e agirem, vai criar um clima ruim. Alguns dizem que vida pessoal e profissional são separadas, mas, na verdade, o que a pessoa fala no momento de descontração é a base do que ela é no trabalho. Quem não respeita, não ouve, é agressivo, não se importa com a galera da faxina ou da cozinha, usa palavras que ofendem, trata pessoas de forma diferente por serem mulheres, gays, negros ou qualquer outro tipo de preconceito, não serve para o trabalho. 

Temos que pensar antes de contratar, porque depois que assinamos a carteira e acaba a experiência, demitir esta pessoa vai custar mais caro. Sei que você que está lendo talvez sempre tenha se visto na pele de quem é contratado, mas, neste domingo, estamos na pele de quem contrata. Vamos contratar um presidente e um governador. Essas pessoas vão trabalhar para nós por quatro anos. Como será que vamos escolher esse funcionário? Quais os requisitos para os cargos? Qual o currículo deles, quais os antecedentes deles? Quando um funcionário fica falando mal do outro, merece o emprego? Essas perguntas podem nos ajudar a contratar melhor nossos funcionários, até porque, demitir depois é mais difícil.


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