Com panos e tíner em mãos, dois funcionários de uma empresa contratada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) iniciaram a remoção das pichações no Largo dos Açorianos, em Porto Alegre. O trabalho começou por volta das 9h desta terça-feira (11), na parte inferior do Viaduto dos Açorianos, que é um dos elementos mais riscados do espaço de 19,2 mil metros quadrados. 

Em 2021, a elevada foi entregue pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) totalmente pintada e revitalizada, mas sua manutenção fica sob responsabilidade da SMSUrb, que terceiriza o serviço para a empresa DW Engenharia. De acordo com a engenheira da SMSUrb Andréa Estevão, foi utilizada tinta antipichação em todo o viaduto — as outras elevadas da Capital que estão sendo recuperadas também receberam esse produto.  

Andréa explica que a tinta antipichação não impede que os riscos sejam feitos, mas facilita muito a remoção, sem danificar a pintura. O trabalho é todo manual: os funcionários aplicam tíner em um pano e esfregam na parede até que as pichações sejam totalmente removidas. Algumas saem com mais facilidade do que outras, mas, mesmo assim, o processo não demora muito tempo — em 30 minutos, a dupla limpou praticamente toda uma parede debaixo do viaduto, que tinha diversos desenhos coloridos.  

— Hoje, eles vão trabalhar na parte de baixo. Não dá para trabalhar nas laterais por causa da chuva, por isso, começaram por baixo. Acredito que em dois dias eles consigam limpar todo o viaduto — afirma a engenheira, destacando que, devido ao feriado, a limpeza não será feita na quarta-feira (12), mas o trabalho será retomado na quinta (13). 

A previsão é de que a limpeza do viaduto seja concluída até sexta-feira (14), se parar de chover. O andamento do trabalho depende ainda dos produtos utilizados nas pichações, comenta Andréa. Às vezes, é preciso contatar o engenheiro químico da empresa, que formula um removedor específico para os riscos mais difíceis. 

— Mas sempre sai e, com a tinta antipichação, a pintura debaixo não é prejudicada. Sem o produto antipichação, não tem como remover os riscos, mesmo passando tíner. Estraga a pintura, e aí tem que repintar tudo — ressalta.  

Quando o tempo melhorar, também será feito um teste de remoção dos riscos nos bancos de concreto, para verificar se os mesmos foram pintados com tinta antipichação. Caso tenham sido, serão limpos pela mesma empresa, após o término da elevada. Depois da remoção, as paredes também são limpas com água, para retirar possíveis manchas.  

A limpeza da parte inferior do viaduto deve ser concluída nesta terça mesmo. Para as laterais, a empresa vai instalar andaimes ou plataformas elevatórias.   

Limpeza do restante do espaço

Segundo a SMSUrb, uma outra ação de limpeza será realizada nos demais elementos do largo, como o entorno dos espelhos d’água, as lixeiras, as arquibancadas e os bancos de concreto (caso não tenham tinta antipichação), em parceria com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), para tentar remover todas as pichações do espaço até o final da próxima semana.  

Andréa aponta que outros elementos do largo também poderiam ser pintados com tinta antipichação, mas que o viaduto costuma ser o principal alvo dos pichadores. Além disso, o produto também eleva muito o valor da pintura, apesar de valer a pena a longo prazo, já que a limpeza custa menos do que uma repintura.  

Conforme o Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), o Largo dos Açorianos conta com duas câmeras de monitoramento, sendo que uma foca no viaduto e a outra, na Ponte de Pedra. Quando houve o vandalismo no local, elas estavam fora de operação. Ambas já voltaram a funcionar.