Benefício social
Prefeitura reduz distribuição de cestas básicas e substitui assistência por cartões de alimentação em Porto Alegre
Gestão municipal calcula que, com a iniciativa, número cestas distribuídas caiu de 10 mil para 1,5 mil por mês
Com sistema de cartão alimentação implantado em esquema de transição para 5 mil famílias desde abril deste ano, a média de cestas básicas distribuídas pela prefeitura de Porto Alegre nos Centros de Referência de Assistência Social e Cidadania (Cras) caiu de 10 mil, durante os piores meses da pandemia, para cerca de 1,5 mil em levantamento mais recente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).
O plano da prefeitura é seguir com 5 mil cartões Mais Proteção e ficar fornecendo mil cestas básicas para famílias, somadas às 465 que hoje são destinadas a povos tradicionais, como indígenas e quilombolas. Criada como um benefício emergencial, a entrega dos alimentos passa por uma desmobilização desde março em razão da migração para o sistema, que deposita mensalmente R$ 200 para os usuários em vulnerabilidade social comprarem a comida necessária de forma autônoma.
A redução da quantidade de cestas foi ocorrendo gradativamente. Em julho deste ano, por exemplo, a entrega estava em 3 mil itens. A Fasc explica que a ideia é que os cartões de alimentação não sejam permanentes, por isso, quando uma família não se encaixa mais no critério por ter uma nova fonte de renda ou acesso a outro tipo de auxílio, o benefício é encaminhado a outras pessoas mais necessitadas. Os selecionados sempre são acompanhados pelos Cras e constantemente avaliados se estão dentro dos requisitos que liberam o depósito mensal.
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Moradora de Porto Alegre, Roberta Marchiori Rosa, 61 anos, afirma que desde setembro não consegue mais retirar a cesta básica no Cras Centro:
— Eles disseram que não têm mais cestas básicas. Não tenho como trabalhar por questões de saúde e dependo do Auxílio Brasil de R$ 600.
A Fasc explica que estão sendo priorizadas pessoas que não recebem outros benefícios, mas orienta a quem não foi contemplado que busque outras medidas oferecidas pela prefeitura. A coordenadora da Unidade de Segurança Alimentar, Carolina Breda, diz que uma opção que pode ajudar é procurar um dos cinco restaurantes populares da Capital, que oferecem almoço a pessoas inseridas no Cadastro Único.
As unidades são Cruzeiro do Sul, Eixo Baltazar, Lomba do Pinheiro, Restinga e Centro. De segunda a sexta-feira, os locais que ficam nos bairros oferecem cem refeições diárias. Já a do Centro chega a ofertar 400 por dia. Essa unidade ainda abre aos sábados e domingos, disponibilizando 200 refeições nesses dias.
Outra ação da prefeitura é uma parceria com o programa Mesa Brasil, que adquire produtos da agricultura familiar e encaminha para entidades que fazem a destinação a famílias carentes cadastradas no projeto. De acordo com Carolina, 9,7 mil famílias são beneficiadas com a medida em Porto Alegre.