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Falta chuva

Dobra número de bacias hidrográficas em alerta devido ao baixo nível dos rios no RS

Órgãos de abastecimento se preparam para o verão, que deve ser de estiagem mais uma vez

12/12/2022 - 22h20min


Bibiana Dihl
Bibiana Dihl
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Lauro Alves / Agencia RBS
Bancos de areia visíveis no Guaíba, em Porto Alegre, em 15 de novembro de 2022

Com o calor intenso dos últimos dias e os baixos volumes de chuva registrados no Rio Grande do Sul, mais bacias hidrográficas passaram a um estado de alerta devido ao baixo nível dos rios. O número dobrou: eram quatro na semana passada e agora são oito, de acordo com o monitoramento da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) divulgado nesta segunda-feira (12).

Na última semana, já havia alerta para as bacias Camaquã, Ibicuí, Negro e Santa Maria. Agora, esta condição se estende também para Sinos, Caí, Baixo-Jacuí e Guaíba. 

Outras bacias estão em nível de atenção pelo mesmo motivo, mas com menor preocupação. São as bacias Mirim-São Gonçalo, Quaraí, Ijuí e Uruguai. As demais bacias do Estado estão em condição de normalidade. 

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Segundo a Sala de Situação, são esperados temporais isolados nesta segunda-feira, que podem trazer chuva pontualmente volumosa em poucas horas, especialmente na metade norte. No decorrer da semana, o tempo volta a ficar firme na maioria das regiões — apenas no fim de semana a instabilidade retorna. 

Diante do cenário, o Sala de Situação já projeta nova estiagem no verão, que terá temperaturas acima da média e chuvas irregulares.

Órgãos de abastecimento se preparam para o verão 

A Corsan informou que, em sua área de cobertura, não há problemas de desabastecimento no momento devido à falta de chuva. No entanto, com a previsão de estiagem no verão, a companhia afirma ter tomado ações preventivas durante o ano. Entre elas estão desassoreamentos nas captações, aumento de níveis de barramentos, redundância de pontos de captações (abastecimento por mais de um ponto de captação) e abastecimento complementar por poços. Caminhões-pipa também poderão ser utilizados em caso de necessidade.

Em Porto Alegre, o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Alexandre Garcia, afirma também não haver problemas para captação de água. Ao longo dos últimos anos, o departamento vem prolongando suas estações, buscando água em áreas mais distantes do Guaíba, em áreas mais profundas.

O único ponto de atenção hoje é a Estação de Tratamento de Água (ETA) Belém Novo, por conta do nível mais baixo e do surgimento de algas na região. Por isso, foi necessário aumentar a dosagem do coagulante (substância usada para facilitar o tratamento da água). Há estoques preparados deste produto para o período do verão.

— Nos traz alguma dificuldade. No Belém Novo, o nível é um pouco mais baixo. Sempre que tem uma estiagem mais acentuada, a gente sofre com isso. Mas, por enquanto, a estiagem ainda não criou nenhuma situação extraordinária na Capital, nem problemas de captação. 

O Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) de São Leopoldo, no Vale do Sinos, afirma que o nível do rio no ponto de captação está em 1,5 metro. Como a captação é possível até o nível de 80 centímetros, não há problemas, no momento. No entanto, o crescimento da população há alguns anos fez com que os bairros em regiões mais altas da cidade enfrentassem dificuldades de abastecimento e pressão, principalmente em épocas de consumo elevado.

O órgão está em processo de licitação para uma obra da Adutora da Nordeste, que, juntamente com a conclusão do Distrito Industrial e ampliação do Reservatório da Vila Baum, vão garantir o abastecimento e pressão pelos próximos 20 anos. Até lá, são feitos trabalhos paliativos para diminuir o impacto da falta de água nas regiões altas.


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