Distribuindo marmitas a pessoas em situação de vulnerabilidade há seis anos, todos os sábados, embaixo do viaduto Imperatriz Leopoldina, no bairro Farroupilha, em Porto Alegre, o grupo PF das Ruas corria risco de não poder mais atuar no local. De acordo com a coordenadora da iniciativa, Rose Carvalho, a prefeitura da Capital concedeu o espaço a uma lanchonete que já está funcionando no endereço.  Com isso, dois novos pontos teriam sido oferecidos ao grupo, um na Zona Norte e outro na Zona Sul. Nenhum deles, porém, atenderia às necessidades. 

– As pessoas em situação de rua estão no centro. E sabem que estamos aqui. Muitas, nós conhecemos pelo nome. Nos locais que nos ofereceram, há mais comunidades carentes, que já são atendidas por outros grupos. Então, queremos seguir aqui – alega. 

Busca por um acordo formal

Rose conta que o grupo não foi avisado ou procurado pela prefeitura para qualquer negociação. A descoberta ocorreu apenas quando a lanchonete que ocuparia o espaço já estava sendo instalada. 

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– No dia 11 de janeiro, cheguei na sala onde guardamos materiais, ao lado do viaduto, e vi que estavam instalando um container. Me aproximei para conversar e a dona me disse que tinha vencido um edital, iria “adotar” o espaço e o PF mudaria de lugar – conta. 

Durante a conversa, porém, Rose frisa que a empresária também se dispôs a dividir o espaço. Apesar disso, o grupo procurou a secretaria municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e, em uma primeira reunião, não chegou a um acordo. Segundo Rose, a luta do grupo é por seguir no mesmo local e também formalizar qualquer acerto que venha a ser feito. O objetivo é evitar que eles possam ser retirados no futuro. 

O PF das Ruas, além de 60 voluntários, tem parcerias que garantem cortes de cabelo, banhos e atendimentos médico e veterinário para os beneficiados.  

O que diz a prefeitura da Capital

Em resposta, a assessoria da secretaria de Parcerias da Capital, em nome também da SMDS, afirmou que uma nova reunião entre as pastas e os representantes do PF das Ruas ocorreu ontem. Na ocasião, o grupo foi informado de que poderá seguir ocupando, aos sábados, o espaço embaixo do viaduto Imperatriz Leopoldina e que, em nenhum momento, houve uma solicitação para que a iniciativa deixasse o local.

Produção: Guilherme Jacques