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Projeto no bairro Umbu, em Alvorada, pede ajuda para construir pracinha pedagógica

Ideia é que o local tenha espaço para leitura, redes, minifazenda e criação de abelhas sem ferrão; grupo busca R$ 20 mil

23/02/2023 - 14h18min

Atualizada em: 23/02/2023 - 14h19min


André Ávila / Agencia RBS
Eduardo e Miriam coordenam o Umbúntu, iniciativa criada em 2020

No bairro Umbu, em Alvorada, o sentimento de liberdade e de acolhimento ganha espaço em uma iniciativa que envolve a gurizada. Na região, funciona o projeto social Umbúntu, que oferece atividades a moradores, principalmente a crianças e jovens, e tem como um dos focos a sustentabilidade. O grupo está arrecadando R$ 20 mil para comprar um terreno e construir uma área de recreação pedagógica. Até hoje, foram reunidos pouco mais de R$ 5.300.

Segundo o professor Eduardo Fortes Santos, 53 anos, um dos coordenadores do Umbúntu, a ideia é que seja feita uma pracinha, com espaço para leitura, redes, minifazenda e criação de abelhas sem ferrão. Ele conta que um grande número de crianças mora na região, mas que não há opções de lazer.

— O esgoto é a céu aberto, a rua é cheia de buracos, então não tem como brincar. No nosso espaço, as crianças brincam, mas é limitado. Fazemos brincadeiras de antigamente, perna de pau, cabo de guerra, mas precisávamos de um espaço mais propício para isso — destaca.

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Estrutura 

O Umbúntu tem 10 voluntários envolvidos de forma mais ativa na organização. Ao longo da semana, são realizadas aulas de capoeira, percussão, inglês e artes plásticas e oferecidos almoços e lanches.

Entre as estruturas, há dois galpões (um para atividades e outro para armazenamento), uma cozinha, um galinheiro, um banheiro, um paiol e muros. Todos são bioconstruídos — técnica de baixo impacto ambiental.

O galpão maior, por exemplo, tem uma estrutura formada por elementos como taquara, barro, palha e garrafas de vidro. No banheiro, o que vai para descarte é guardado para formar adubo. 

Lado social

A iniciativa tem, ainda, uma composteira. Há também uma agrofloresta, com variedades como ipê, bananeira, palmeira e mamoeiro começando a se desenvolver.

Mas o que deu início a todo o projeto foi a horta comunitária. 

O grande diferencial do Umbúntu, para Eduardo, está nisso: ser um projeto sustentável dentro da periferia. Para a professora Miriam Fortes Santos, 45 anos, que coordena o projeto junto ao marido, a motivação vem da vontade de dar oportunidades.

— Há várias mães aqui em volta que não têm como ir trabalhar porque elas têm crianças pequenas e não têm como sair todos os dias, às 6h, de casa. Mas, vir para cá, de vez em quando, para trabalhar umas horas, isso é perfeito, é ótimo — exemplifica.

Moradores que trabalham no projeto recebem em troca um valor em moeda própria — a UBT —, que podem trocar por alimentos.

Com a mão na tinta

André Ávila / Agencia RBS
Carrancas foram pintadas por crianças e jovens na oficina de artes

No dia em que o DG visitou o Umbúntu, uma oficina de artes estava ocorrendo. Carrancas viraram diversão para crianças e adolescentes que deram cor aos itens. Enquanto pintava, uma das meninas contou que gostava de ir ao projeto para ver os amigos.

O artista visual Marcelo Chardosim Fraga, 34 anos, era quem estava liderando a atividade. As tintas estavam distribuídas entre os participantes e, para completar, o voluntário havia levado uma câmera fotográfica, que virou atração entre os pequenos.

Início em meio à pandemia

O projeto Umbúntu teve suas origens em uma ação criada em março de 2020. Eduardo e Miriam, com outros professores, se mobilizaram para doar cestas básicas semanalmente em diferentes pontos da cidade. 

— Apesar de Alvorada ter vários bolsões de miséria, essa região (Umbu) foi a que mais nos chamou a atenção. Tinha muitas crianças e elas, desde o início, foram muito receptivas e super carinhosas — lembra Eduardo.

O número de voluntários foi diminuindo e a sensação de que apenas levar cestas básicas não era suficiente foi aumentando. O casal, então, decidiu dar início ao projeto, comprando um terreno no bairro. 

Cultivando

Na metade de 2020, a horta passou a funcionar. Como parte dos vizinhos trabalhava fora, quem mais ajudou foram as crianças.

Pouco a pouco, com apoio da comunidade, outros quatro terrenos foram adquiridos, permitindo criar novas estruturas.

Como ajudar

/// É possível contribuir pelo site vakinha.com.br/vaquinha/umbuntu-alvorada

/// Para saber mais, entre em contato pelo @umbuntualvorada, no Instagram, ou pelo WhatsApp (51) 98926-2580, com Eduardo.

Produção: Isadora Garcia



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