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Em busca da limpeza

Vistoria nesta quarta avaliará se é possível retirar lixo do Rio Gravataí com retroescavadeira

Caso não seja possível usar o equipamento, prefeitura de Cachoeirinha poderá usar barcos

07/02/2023 - 21h33min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Com o objetivo de despoluir o Rio Gravataí, a prefeitura de Cachoeirinha espera contar com a ajuda de uma retroescavadeira. Uma grande quantidade de resíduos está se acumulando na água, como garrafas, latas e pedaços de colchões, devido ao descarte ilegal. 

Em reunião feita por membros do executivo municipal nesta terça-feira (7), foi definido que o uso do maquinário é a forma mais prática de melhorar a condição do rio a curto prazo. O equipamento utilizado seria uma retroescavadeira de 22 toneladas que deve ser emprestada pela prefeitura de Alvorada. Antes, porém, é necessário averiguar se é possível usar este equipamento em torno do leito, uma vez que há risco de afundar ou causar alagamentos, e por qual trecho o maquinário teria acesso ao rio. 

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— A gente está identificando que não é possível acessar o maquinário por Cachoeirinha. Então, ao que tudo indica, a ação teria que iniciar em Porto Alegre — explica a secretária de Sustentabilidade, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Sueme Pompeo de Mattos. 

Caso for possível colocar o plano em prática, a prefeitura deve divulgar, após a vistoria, marcada para a manhã desta quarta-feira (8), quando a limpeza será iniciada.  Se a medida for inviável, as autoridades podem usar barcos pesqueiros para retirar os resíduos com redes.


Também durante a reunião foram definidas medidas a médio e longo prazo para evitar que a poluição se repita. Entre as ações, estão a instalação de barreiras ecológicas e o desassoreamento do leito do Gravataí. O município pretende ainda aumentar a frequência da limpeza no rio. 

 — Há uma complexidade a ser superada no modelo de gestão das bacias hidrográficas do Rio Gravataí e Rio dos Sinos. A poluição dos mananciais hídricos, em razão dos descartes irregulares de resíduos, está em foco nos planos de bacia hidrográfica. Cachoeirinha busca implementação de políticas públicas envolvendo os setores da sociedade civil. Um dos exemplos é a instalação da ecobarreira no Arroio Passinhos — afirmou Sueme.

 Integrante da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí, Leonardo da Costa lembra que a estiagem tornou ainda mais visível um problema que já existe, que é o descarte irregular de resíduos nos arroios que desembocam no rio.

— A comunidade acaba, por diversos fatores, como descuido ou falta de uma conscientização ambiental, colocando lixo nos arroios e ele chega no Rio Gravataí. Acontece que esse lixo não veio só de um lugar. Ele vem de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Porto Alegre. Ele chegou e travou em Cachoeirinha — observa Costa, numa referência aos resíduos que não seguiram o curso da água, porque o nível está baixo e acabou ficando retido na vegetação.

*Com Eduardo Matos


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