Piquetchê do DG
35 CTG, o primeiro centro de tradições do Rio Grande do Sul, chega aos 75 anos
Entidade de Porto Alegre serviu de base para a popularização da cultura gaúcha no mundo
O primeiro centro de tradições gaúchas (CTG) da história completa 75 anos nesta segunda-feira (24). Fundado em 24 de abril de 1948, o 35 CTG, em Porto Alegre, preparou uma série de atividades para celebrar a data, a começar pelo dia do aniversário, para o qual está marcado um jantar comemorativo e o lançamento do livro 35 Certidão de Nascimento, de autoria do ex-patrão Ivo Benfatto (veja a programação abaixo).
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A principal festa para comemorar os três quartos de século do centro pioneiro será no sábado (29), às 22h, com o baile animado por Eco do Minuano e Bonitinho. Os ingressos antecipados são vendidos a R$ 30, e podem ser comprados pelo telefone (51) 99909-9263, com Fernando Galimbert. Também haverá ingressos à venda na hora, no local.
O 35 CTG foi criado pelo chamado “grupo dos oito”, composto por jovens movidos pelo desejo de resgatar valores interioranos que, à época do pós-guerra, entendiam estar ameaçados pela influência norte-americana. Entre os fundadores, está João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes, folclorista e pesquisador falecido em 2018 que, durante décadas, foi o mais conhecido divulgador das tradições rio-grandenses. O número no nome da entidade faz referência ao início da Revolução Farroupilha, em 1835.
A ideia de um “clube tradicionalista”, para cultuar as raízes culturais, deu origem ao modelo que, a partir do 35, iria se proliferar não só pelo Estado, mas pelo mundo. Atualmente, existem cerca de 3 mil CTGs no planeta, segundo o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), dos quais cerca de 1,7 mil estão no Rio Grande do Sul.
A sede do 35 CTG fica na Avenida Ipiranga, número 5.300, no bairro Jardim Botânico, um verdadeiro templo do tradicionalismo em meio à área urbana da Capital. Conforme o capataz de Marketing e Comunicação, Airton de Paula, hoje, o 35 tem entre 70 e 80 sócios ativos. A entidade mantém ainda as invernadas de dança, responsáveis por atrair grande parte dos novos frequentadores: a Mirim, para crianças entre 4 e 13 anos, a Juvenil, entre 14 e 17, a Adulta, a partir dos 18, a Veterana, depois dos 30, e a Xirú, para pessoas acima de 40 anos.
Com o passar dos anos, o 35 CTG não deixou de ser uma referência aos demais, muito por conta do papel histórico de ser a estrutura replicada pelos pagos à fora. Entretanto, agora, a entidade procura olhar para o futuro sem se esquecer do passado. Além de reorganizar as contas e estabelecer novas fontes de receita, o objetivo da atual gestão é desenvolver ações acolhedoras para quem ainda não está tão ligado ao mundo tradicionalista.
— O lema desse ano é “35, o galpão de todos”. Não é somente todos os gaúchos, mas todas as pessoas, não tendo diferenciação de ninguém. Queremos acolher todas as pessoas que queiram participar das invernadas e dos eventos — explica Airton de Paula.
PROGRAMAÇÃO
35 CTG – 75 anos
/// Segunda-feira (24 de abril) – 20h – Jantar comemorativo e lançamento do livro “35 Certidão de Nascimento”, de Ivo Benfatto. Ingresso (jantar): R$ 25
/// Terça-feira (25 de abril) – Evento cultural – 20h – TBT de memórias Elas, uma roda de conversa com prendas do CTG e convidadas
/// Sábado (29 de abril) – 22h – Baile de aniversário com Eco do Minuano e Bonitinho. Ingresso: R$ 30 (antecipado), R$ 40 (na hora) e R$ 25 (mesa)
/// Domingo (30 de abril) - Cavalgada de aniversário, com saída da hotelaria do Xirú, na Lomba do Pinheiro, com Missa Crioula e almoço na sequência