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Mais de 1,3 mil projetos ganham kits esportivos por meio de edital da Cufa e do governo do Estado 

Entre as iniciativas beneficiadas, estão a Associação Leopoldense de Ecologia e Canoagem, de São Leopoldo, e o Bom de Bola Renascer, da Capital

02/06/2023 - 09h00min

Atualizada em: 02/06/2023 - 09h00min


Mateus Bruxel / Agencia RBS
Novos uniformes para a gurizada da Tinga

O edital Segue o Jogo, lançado em outubro de 2022 pela Central Única das Favelas (Cufa) Frederico Westphalen e a Secretaria Estadual do Esporte e Lazer, já beneficiou mais de 1,3 mil projetos. Com o objetivo de destinar R$ 3,6 milhões em kits esportivos, o edital visa apoiar iniciativas socioesportivas voluntárias que atendam crianças e adolescentes.

Segundo o coordenador da Cufa Junior Torres, além de incentivar o esporte comunitário, o edital também propõe mapear e categorizar as práticas esportivas promovidas no Estado. Após o fim da distribuição dos kits, prevista para as próximas semanas, será elaborado um relatório com base nos dados fornecidos pelos inscritos. O documento servirá de subsídio para o desenvolvimento de futuras políticas públicas direcionadas às necessidades esportivas de cada região.

O edital abrange as 23 cidades participantes do programa RS Seguro, que realiza diversas ações em áreas com altos índices de criminalidade.

Suplentes 

Embora mais de 2,7 mil projetos tenham se inscrito no edital, apenas parte deles foi selecionada devido ao orçamento limitado. No entanto, como algumas ações aprovadas não utilizaram todo o valor destinado, cerca de 20 iniciativas suplentes serão chamadas nas próximas semanas para receber os kits esportivos com o valor remanescente.

A seleção considerou critérios como a trajetória esportiva, o tempo de atuação, a abrangência das atividades e a perspectiva de continuidade das ações.

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Performance agora tem medida

Em São Leopoldo, uma das contempladas pelo edital foi a Associação Leopoldense de Ecologia e Canoagem (Aleca), que nasceu em 2011 como um desdobramento do projeto Canoagem nas Escolas, da Secretaria Municipal de Educação (Smed), existente desde 2005. 

A proposta inicial, que tem apoio da prefeitura, nasceu para preencher o tempo livre dos jovens que tomavam banho no Rio dos Sinos, oferecendo aulas de canoagem e educação ambiental. No entanto, à medida em que os alunos começaram a se destacar no cenário competitivo, conquistando medalhas e pódios, a coordenadora do projeto de canoagem, Daniela Gomes Maioli, 49 anos, decidiu criar a Aleca. A associação busca arrecadar recursos para facilitar a participação dos alunos em competições nacionais, além de oferecer aulas adicionais para que os atletas se preparem para as provas.

O edital Segue o Jogo chegou em um momento oportuno para a Aleca, explica Daniela. Apesar dos esforços para garantir o bom desempenho dos atletas, a falta de equipamentos adequados dificultava o trabalho de preparação. Até então, os jovens não utilizavam aparelhos para medir performance, um item essencial para a modalidade. Tudo era feito a partir da observação do treinador, Luis Marcelo Carneiro, 38 anos. Poucos alunos contavam com um relógio do tipo smartwatch, que mensura capacidades físicas, mas não é específico para a canoagem. 

Jefferson Botega / Agencia RBS
Daniela Gomes Maioli criou a associação

— Às vezes, perdíamos o treino, porque a água do rio batia no relógio e zerava as informações — conta a aluna Rauany de Oliveira Gomez, 17 anos, que já foi campeã brasileira de canoagem na categoria K1, infantil e juvenil, sobre a sensibilidade da tela de smartwatches comuns.

Agora, com os itens recebidos através do edital, que incluem relógios GPS específicos para a modalidade, é possível realizar uma análise detalhada do desempenho de cada aluno. A equipe de canoagem já projeta alcançar resultados ainda melhores. 

Até o momento, a Aleca conquistou mais de 60 competições.

Bom de bola e de uniformes

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Para o aluno Gabriel da Silva Meireles, ir às aulas "melhora o físico e a disciplina"

Um dos projetos beneficiados pelo Segue o Jogo foi o Bom de Bola Renascer, uma ação da ONG Renascer da Esperança, criada há cerca de 30 anos pela gari aposentada Rozeli da Silva, 59 anos, no bairro Restinga, na Capital.

A ONG surgiu com o objetivo de oferecer um espaço de lazer e convivência para crianças e adolescentes enquanto seus pais estavam trabalhando, evitando que ficassem nas ruas. Atualmente, funciona em um prédio de 1,5 mil metros quadrados e atende mais de 400 jovens, com diversos tipos de atividades. 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Rozeli da Silva é a responsável pela ONG

Há quatro anos, a Renascer lançou a escolinha de futebol Bom de Bola Renascer. Com o edital Segue o Jogo, foi possível garantir uniformes esportivos para todos os 139 alunos da escolinha de futebol, além de bolas para o desenvolvimento das aulas. Agora, só faltam as chuteiras, explica Rozeli, que já está em busca do equipamento para completar a farda da gurizada. 

— Eu gosto muito das aulas de futebol e fiquei muito feliz com os uniformes. Vindo nas aulas, a gente melhora o físico e a disciplina. É um incentivo para quem sonha em ser jogador de futebol. Estou me preparando para o peneirão que vamos disputar daqui uns dias e espero me sair bem — se anima Gabriel da Silva Meireles, 16 anos, aluno do projeto.

Como ajudar

/// Para contribuir ou saber mais sobre a Aleca, entre em contato com Daniela pelo (51) 99959-2169.
/// Interessados em doar chuteiras ou alimentos para o Bom de Bola Renascer podem conversar com Rozeli através do (51) 98687-4430.

Produção: Júlia Ozorio



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