Seu Problema É Nosso
Em Porto Alegre, escola infantil tem horários reduzidos
Falta de profissionais impede que a instituição funcione em turno integral
A falta de profissionais para atender alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Humaitá, localizada na zona norte da Capital, fez com que os pequenos tenham aulas com turnos reduzidos. A instituição de ensino deveria funcionar em período integral, das 7h às 19h. Contudo, o ano letivo já iniciou com um número insuficiente de profissionais. Por isso, a escola só consegue atender até as 17h. A mudança gerou transtornos na rotina das crianças e dos familiares, que precisaram se adaptar ao horário de aula mais curto e buscar alternativas para o acolhimento dos pequenos.
Desde o início do ano letivo de 2023, a recepcionista Daniela Pacheco, 36 anos, conta que não encontrou dificuldades para conseguir vaga na Educação Infantil para seu filho Guilherme, quatro anos. A mãe afirma que esse processo levou menos de um mês. No entanto, isso não significou que todos os problemas estivessem resolvidos. Um dos principais percalços no cotidiano da mãe, envolve a busca por Guilherme na escola.
Após as aulas da escola Humaitá iniciarem com o turno reduzido, Daniela precisou mudar três vezes seu horário de trabalho para conseguir buscar seu filho.
– Antes eu trabalhava das 8h30min às 18h, então combinava com a minha tia para buscar ele. Quando ela não podia, pedia para a madrinha do meu filho mais velho. Às vezes nenhuma das duas conseguiam, então eu precisava pedir para sair mais cedo. Isso prejudica meu trabalho, e claro que fica um clima chato, né? – questiona.
Horários
Após pedir para mudar pela terceira vez, a recepcionista conseguiu encontrar um horário adequado para que pudesse chegar na escola a tempo de buscar Guilherme. Hoje, Daniela trabalha das 7h às 16h. Apesar de parecer um bom horário, a mãe enfrenta mais um desafio: o tempo de deslocamento do trabalho até a escola.
Embora o pai de Guilherme consiga deixá-lo na aula pela manhã, a responsabilidade de buscá-lo no fim do dia é de Daniela, que precisa sair às pressas para conseguir chegar a tempo. Isso porque a recepcionista leva cerca de uma hora e 30 minutos do trabalho até a escola Humaitá.
– Quase sempre chego alguns minutos atrasada. Preciso correr para pegar o ônibus. Meu filho é sempre um dos últimos a sair da escola, e eu percebo que isso deixa ele chateado. Me entristece – lamenta.
Alternativas
Com a rotina cada vez mais difícil e sem perspectiva sobre o retorno das aulas em turno integral, Daniela tentou encontrar alguém que pudesse pagar para buscar o pequeno na escola. Mas comenta que seria um custo alto, que a família não poderia arcar por muito tempo.
A mãe procurou a instituição para saber se havia alguma previsão para o horário voltar ao normal. No entanto, a única resposta que recebeu foi de que havia uma redução no quadro de funcionários da escola e, por isso, não poderia estimar uma previsão para a substituição desses profissionais.
– Fui informada, na escola, de que o problema vem da Smed (Secretaria Municipal de Educação), que não repôs os profissionais, porque eu sei que algumas educadoras passaram em outros concursos. Quando elas saíram, não realocaram essas monitoras – diz.
Diante dessas informações, Daniela conta que tentou ligar diversas vezes para a secretaria, mas que não foi atendida. Apenas conseguiu protocolar uma reclamação na ouvidoria, que a orientaram que aguardasse o retorno da Smed.
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Prefeitura reconhece falta de profissionais
Por meio de nota, a Smed assume que está enfrentando a falta de cinco monitores na escola Humaitá. Por conta dessa ausência de profissionais, a instituição está funcionando com o horário reduzido temporariamente, explica.
A assessoria de comunicação da secretaria informou que a pasta está trabalhando para repor o quadro de funcionários o mais brevemente possível. No entanto, não citou prazos para a solução do problema.
Produção: Nikelly de Souza