Papo Reto
Manoel Soares: "Na chuva eu não corro, vendo sombrinha"
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados
Amigos, essa semana eu realizei um sonho que começou nessa coluna. Sempre achei que, independente de nossa origem, nós tínhamos o direito de ter acesso à informação de qualidade e com o que sabemos e aprendemos tomamos decisões. Por isso, muitas vezes, em nossa coluna, eu falava de assuntos que alguns achavam que não tinha nada a ver com quem lê o Diário, desde criptomoedas até neurodiversidade.
Depois de um tempo, as pessoas começaram a entender que a nossa coluna não era um espelho somente de nossa vida, mas uma janela para as vidas que não estavam tão próximas. Existia uma curiosidade se, depois de sair da Globo, eu iria para uma outra emissora, se abandonaria a carreira ou ficaria chorando em casa.
Leia mais colunas de Manoel Soares
10 dicas para os desempregados
Para voar, mude
Ouçam Cartola
Oportunidade
Eu confesso a vocês que vi a minha saída não como uma tristeza, mas como uma oportunidade de retomar sonhos que, às vezes, abandonamos para ganhar o pão de cada dia. Foi nessa hora que entendi que era possível fazer o que amo, criar algo e sustentar minha família. Lembrei de como os vendedores ambulantes do centro de Porto Alegre estão preparados para o que der e vier. Se faz sol vendem água, se chove, vendem sombrinha, mas sempre vendem algo. Eles não produzem, mas atendem a necessidade de quem está na rua e não tem tempo.
Foi pensando nessa galera que eu que essa semana eu criei o Bombou. A ideia é simples como a visão dos camelôs. Decidi juntar as notícias mais comentadas em um único lugar para atender as necessidades de quem quer informação. Sei que parece bobo, mas estava todo mundo tão focado fazendo seu conteúdo que poucos olharam o todo. Em cinco dias somos o terceiro podcast de notícias mais ouvido do Spotify e temos mais de 40 mil visualizações diárias. Eu só tenho a agradecer as quebradas pelas quais passei e tudo eu vivi com vocês que me ensinou quem não existe problema, existe oportunidade. Na chuva eu não corro, eu vendo sombrinha.