Notícias



Seu Problema é Nosso 

Nono ano de escola em Cidreira não tem professor

Falta de aulas de português prejudica alunos que estão no último ano do Ensino Fundamental

07/08/2023 - 10h18min

Atualizada em: 07/08/2023 - 10h54min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
A turma sem professor é mandada para casa ou recebe atividades de professora substituta

Desde o início do ano, alunos de nono ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Marcílio Dias, em Cidreira, Litoral Norte, sofrem com a falta de professores de português. Das quatro turmas, duas estudam normalmente desde o início, uma começou a ter aulas da disciplina apenas em junho e a outra segue sem professor. Devido à falta de conteúdo e avaliações, os alunos das duas últimas não puderam receber notas pelo aprendizado específico ao final do primeiro trimestre letivo.

Quem faz as contratações de docentes é a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), por isso, é lá que os pais dos alunos vão cobrar providências desde o início do ano. Entretanto, eles ainda aguardam a solução do problema. Mãe de um dos estudantes que continua sem as aulas, a empresária Kélin Formentin, 42 anos, conta que, nas visitas à pasta, a resposta recebida é de que não há previsão de normalização das aulas.

– Quando a gente vai na secretaria, eles dizem que não tem ninguém disponível, mas também não os vemos fazendo, por exemplo, um contrato emergencial – desabafa.

Adaptação

Para preencher os horários das aulas, uma professora substituta, que não é especialista em português, aplica algumas atividades para os alunos. Segundo o filho de Kélin, Igor Formentin, 15 anos, que ainda não teve aulas com um professor de português esse ano, o conteúdo passado não corresponde ao adequado para o último ano do Ensino Fundamental:

– A gente não aprende coisas novas. Vemos a mesma coisa do sétimo, oitavo anos – conta o jovem, que se sente prejudicado.

LEIA MAIS
Na Capital, creche está com biblioteca quase finalizada
Em Canoas, paciente aguarda por cirurgia há cinco anos
Moradora de Alvorada consegue consulta com especialista após quase dois anos de espera

Quando não é possível alocar a professora substituta para atender a turma, os alunos são mandados de volta para casa. Para facilitar, desde junho, todos os períodos de português da turma de Igor foram passados para o mesmo dia, na sexta-feira.

Estudos

Boa parte da preocupação dos pais e estudantes se deve à expectativa com o Ensino Médio. Muitos dos jovens que se formam no nível fundamental em Cidreira concorrem a vagas em processos seletivos de escolas de Ensino Médio e Técnico da região que são consideradas mais fortes, como o Instituto Federal (IF) e a Escola Rural, ambas em Osório.

Para não ficar para trás, Igor começou a fazer aulas particulares de português com uma professora aposentada, já se preparando para as provas de seleção. Se for aprovado na Escola Rural, ele quer fazer o técnico em Agropecuária junto ao Ensino Médio. Como as provas mais importantes são de português e matemática, ele precisou buscar o reforço após meio ano sem aulas regulares da língua.

Prefeitura não dá retorno sobre o caso

A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Cidreira diversas vezes, contudo, até o fechamento desta reportagem, não houve um posicionamento da pasta. A secretária da Smec, Mercedes Giroleti de Paula, atendeu brevemente a uma das ligações, mas não deu retorno sobre o problema da escola. Atualmente, devido a reformas no prédio da prefeitura, a gestão municipal não tem sede oficial, o que dificulta o contato.

A direção da EMEF Marcílio Dias diz que há a expectativa de que, em breve, o problema da turma sem professor de Língua Portuguesa seja sanado – porém, sem citar data ou prazo para isso.

Produção: Caroline Fraga



MAIS SOBRE

Últimas Notícias