Seu Problema É Nosso
Em Porto Alegre, morador pede reconstrução de rampa de acessibilidade
Aposentado alega que a passagem, no bairro Teresópolis, foi retirada após reforma feita pelo município
Há pelo menos oito meses, o servidor estadual aposentado Luiz Fernando de Moraes, 62 anos, vem buscando a reconstrução de uma rampa de acessibilidade na esquina da Rua Bispo Willian Thomas com a Avenida Arnaldo Bohrer, no bairro Teresópolis, em Porto Alegre. A passagem foi retirada, segundo ele, após uma obra realizada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Por ser cadeirante, a rampa é fundamental para que o morador possa transitar pelas vias do bairro.
– Meu condomínio fica a cerca de 50 metros. Então, como tenho uma certa autonomia, conseguia transitar bem. Só que, depois que destruíram tudo, inclusive a calçada que ficou toda acidentada, preciso andar pelo meio da rua – explica, citando ter de se apoiar nos carros estacionados para transitar pela via.
Diversas tentativas
De acordo com Luiz, diversas tentativas de resolver o problema foram feitas. A primeira foi um protocolo 0784282366, aberto através do telefone 156, da prefeitura da Capital. Como resultado, foi orientado a enviar um e-mail ao Dmae. A mensagem resultou em uma outra indicação:
– Disseram que estava em um outro departamento e me mandaram enviar e-mail para lá. Foi quando eu vi a reportagem do Diário Gaúcho sobre a acessibilidade no Mercado Público e resolvi pedir ajuda. Afinal, ficam empurrando de um para outro. O aposentado diz ainda que chegou a conversar com um dos trabalhadores que realizou a obra em sua rua. Da conversa, conseguiu o contato da empresa que estava realizando o serviço no local.
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– Provavelmente, uma terceirizada. Entrei em contato, mas não adiantou – desabafa.
Omissão
A omissão do poder público não é uma novidade para Luiz. Ele conta que se mudou para a Rua Bispo Willian Thomas em 2008. À época, não existia a rampa de acessibilidade.
– Então, eu pedi para a prefeitura. Me disseram que iriam consultar o plano diretor da cidade. Nunca me deram nenhum retorno. Fiz do meu próprio dinheiro, seguindo todas as normas e indicações. Senão, estaria esperando até hoje provavelmente – comenta.
Depois de construída, a passagem passou a servir não apenas ao morador. Mães com carrinhos de bebê, crianças com mochila de rodinhas, pessoas com carrinhos de supermercado e mesmo outras com dificuldades de locomoção são alguns dos exemplos que Luiz cita de usuários da rampa.
– Muita gente usava. Agora, ficou horrível – lamenta.
Construção nos próximos dias
Em resposta à reportagem do Diário Gaúcho, o Dmae diz que “vistoriou a situação na manhã de terça-feira (5) e, em contato com o morador, senhor Luiz, ficou acertado que a rampa de acesso à mobilidade será construída sob os moldes necessários através da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb)”. Questionado sobre um prazo, o órgão afirmou que a construção deve ocorrer “nos próximos dias”.
Produção: Guilherme Jacques