Papo Reto
Manoel Soares explica as caixas de interesse
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados
Na vida, tudo é baseado na lógica dos interesses. Por mais que pareça duro ouvir isso, ao analisarmos chegamos à conclusão de que existe verdade nessa afirmação. Apesar da má fama que o temo “interesse” tem em nossa rotina, no latim interesse tem como definição: estar presente.
Todos temos interesses na vida, e isso não necessariamente é algo ruim, depende da categoria que nos enquadramos ou que as pessoas se enquadram em nossa vida. Se a definição é estar presente, a sacada de tudo é saber como queremos a presença das pessoas em nossa vida. Para isso, temos que entender os três níveis básicos de uma relação, independentemente de qual seja a natureza dela. Vamos lá: a relação pode ser com alguém interesseiro. Esse é o tipo que desprezamos, pois são sanguessugas que se aproximam com o objetivo de depenar o que temos. São gafanhotos da alma; essa presença, dispensamos.
Uma outra presença baseada na lógica dos interesses são os interessados. Esses é bom ter por perto, são aqueles que demonstram interesse genuíno em nosso bem-estar. Os interessados, geralmente, são pessoas que não vão levar vantagem com nada, mas que têm uma atenção redobrada em nós, ou em algo que propomos. Esses é bom ter por perto.
O terceiro eixo das relações que são baseadas no interesse são as pessoas interessantes. Nesse caso, são aqueles que despertam o nosso interesse, que ativam nossa curiosidade e atenção, pessoas que nos inspiram, nos animam, nos motivam ou nos trazem oportunidades reais de avanços. Para esse grupo, em especial, temos que ter um cuidado extra, pois em pouco tempo podemos nos aproximar tanto dos interessantes que ficamos interesseiros, e aí, nos tornamos exatamente aquilo que tanto condenamos.
Interesse não é pecado, desde que saibamos em que caixinha estamos.