Bicharada
Conheça o trabalho dos agentes penitenciários caninos
Em Arroio dos Ratos, Canil Regional da 9ª DPR treina cães para atuarem nas operações da polícia penal da região
Com faro apurado, agilidade e lealdade, os cachorros se tornaram parte da rotina de trabalho da 9ª Delegacia Penitenciária Regional (9ª DPR) nos últimos anos. Baseado na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, o Canil Regional da 9ª DPR abriga 16 cães que são treinados para auxiliar o serviço do sistema prisional na Região Carbonífera, área que a delegacia atende.
Entre participar de operações e fazer a segurança em torno do sistema prisional, os cães têm se mostrado muito efetivos como auxiliares do trabalho dos agentes penitenciários.
Comportamento
O policial penal Anderson Cardoso, 32 anos, coordenador do canil, conta que a presença dos animais contribui para a segurança tanto dos presos quanto dos agentes que lá trabalham. Segundo ele, a atuação dos cães no auxílio ao trabalho do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da 9ª Região, que realiza revistas e operações de busca e apreensão na penitenciária quando necessário, ajuda na diminuição do comportamento negativo dos internos – comportamento percebido pelos policiais em suas rotinas.
– A gente recebe um retorno bem positivo. A presença do cinotécnico (adestrador) com o cão diminui a necessidade de utilização de força, e só a presença dele já ajuda muito para que se consiga manter todos os procedimentos em segurança – destaca.
Cinotecnia
O coordenador explica que, para um agente contar com o apoio de um cachorro nas suas tarefas, é necessário que o profissional tenha um treinamento especial: a cinotecnia. É o adestramento específico para o trabalho policial. Cada cinotécnico, como é chamado o servidor que possui a formação, tem o seu animal parceiro de atividades, e a dupla é chamada de binômio.
– O cão é, legalmente, considerado uma ferramenta. Assim como precisa ter habilitação para utilizar armas, também é preciso para lidar com os animais. Eu fiz o curso em 2019, e aí a gente construiu o canil – lembra Cardoso.
Antes disso, havia cães que trabalhavam na rede externa, mas não existia um espaço homologado para o cuidado e treinamento deles. Mas os cachorros da 9ª DPR não atuam apenas na fiscalização dos detentos junto ao GIR e na segurança da penitenciária. Eles também contribuem na detecção de armas e drogas com seu faro apurado e, atualmente, dois deles estão sendo treinados para operações de busca e captura, necessárias em casos de fuga de detentos.
Dóceis
Apesar do preparo para o trabalho pesado e intenso, Cardoso afirma que os bichos do canil são dóceis e, no final das contas, iguais a quaisquer outros.
– A gente socializa bem os cães. Eles são adestrados para utilizar a agressão no momento que precisar, fora isso é um cão normal. Pode fazer carinho, não vão morder. Só vão atacar se necessário e com comando, e isso faz parte do adestramento.
Cães participaram de torneio internacional
Para qualificar o trabalho dos agentes caninos do continente, todo ano é realizado o K9 Olympics da América do Sul, torneio que simula situações reais de trabalho e avalia a performance dos cães. No mês passado aconteceu, em Goiânia, a sexta edição do evento, e o Canil Regional da 9ª Delegacia Penitenciária saiu vitorioso.
O binômio formado pelo pastor holandês Mohoc e o cinotécnico Hugo Gomes conquistaram o sexto lugar na classificação geral, enquanto a dupla do pastor holandês Logan com Cardoso, coordenador do canil, terminou na 11ª colocação.
Colocações individuais
K9 Mohoc
/// 2º lugar em Detecção de Narcóticos em Ambiente Externo
/// 3° lugar em Detecção de Narcóticos em Veículos
K9 Logan
/// 2º lugar em Busca e Captura
Produção: Caroline Fraga