Seu Problema É Nosso
Equipe de Robótica da Capital precisa de ajuda para competir em Brasília
Estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Saint Hilaire precisam reunir R$ 40 mil para custear viajem
Conhecida como “Construtores SH”, a equipe de robótica da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Saint Hilaire, localizada no bairro Lomba do Pinheiro, zona leste da Capital, deve embarcar para uma competição em Brasília, que acontece entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. Para isso, porém, precisa de R$ 40 mil para custear passagens aéreas, alimentação e hospedagem para 12 integrantes do grupo que serão responsáveis por apresentar o projeto.
Os alunos foram classificados para a etapa nacional, após vencerem a competição regional do torneio de robótica First Lego League Challenge, realizada em Canoas no mês de novembro. Na ocasião, receberam o primeiro lugar na principal categoria, chamada de Champion’s Awards. Com a vitória, os Construtores SH, junto a outras três equipes, disputam a etapa final do torneio.
Educação
O professor de matemática Bruno Silva Santos, 33 anos, lidera a equipe de robótica da escola há quatro anos, sendo membro desde 2010, quando era voluntário. Ao longo desse período, ele testemunhou mudanças impulsionadas pela educação:
– Eu enxergava a robótica como uma ferramenta pedagógica. Hoje, enxergo como uma ferramenta de transformação social. Os alunos que passam pela robótica, concluem a escola e saem com uma visão muito diferente. Essa é a oportunidade de mostrar para eles que existe um mundo de oportunidade fora da Lomba do Pinheiro.
A equipe de robótica se reúne quatro vezes por semana durante o contraturno escolar. Composto por 16 estudantes do Ensino Fundamental, o grupo desperta interesse nos estudantes da Saint Hilaire, e já há uma lista de espera de candidatos que querem fazer parte no próximo ano.
A estudante do nono ano Letícia Lemos, 15 anos, membro há dois, já participou de cinco competições. Influenciada pela paixão pelas ciências exatas, diz que foi uma chance de descobrir um caminho profissional:
– Quero trabalhar com programação eaequipe me motiva muito, principalmente o professor Bruno. Ele sempre diz que o meu lugar é onde eu quiser. Por mais que a área que eu escolhi seja um espaço predominantemente masculino.
Na periferia cabe o mundo
O projeto que os levou para a competição em Brasília surgiu a partir de um anseio coletivo. Após a equipe retornar de um evento em Salvador, compartilharam a experiência com os colegas, mas isso trouxe a reflexão sobre como essa oportunidade não é comum na periferia.
– Quando olhamos ao nosso redor, percebemos que a nossa família, colegas e a comunidade da Lomba não têm a mesma oportunidade – lamenta Letícia.
Intitulado Na Periferia Cabe o Mundo, o projeto visa proporcionar uma experiência completa de viajem por meio de imagens, sensações físicas e sons. O protótipo desenvolvido pelos alunos consiste em um caminhão que percorreria às comunidades da Capital, oferecendo a experiência de viajar sem sair de casa.
– A ideia é fazer com que as pessoas tenham uma interação com um ponto turístico, através de uma tecnologia imersiva. Com algumas sensações podemos fazer com que a periferia consiga ter acesso a esses lugares – explica o professor
Produção: Nikelly de Souza