— Com licença, amigo, tudo bem? O que está procurando? — aborda o vendedor Roger Mancy, 25 anos, tentando atrair mais um cliente.

Roger trabalha em uma das 620 lojas do Pop Center, centro popular de compras de Porto Alegre que está completando 15 anos nesta semana. Para celebrar a efeméride, um bolo de 15 metros foi servido aos permissionários e aos consumidores que passavam pelo local na tarde desta segunda-feira (5).

Criado em 2009 para substituir o camelódromo e retirar os ambulantes das ruas, o shopping popular de três pavimentos e mais de 20 mil metros oferece roupas, lingeries, bijuterias, eletrônicos, brinquedos e uma infinidade de acessórios, quase sempre a preços módicos.

—A gente sempre aborda as pessoas com respeito. Aqui atendemos muitas pessoas de mais idade, então tem que saber conversar — ensina Roger, um dos 4 mil trabalhadores do centro popular de compras.

Com quase um quarto das lojas sem ocupação (180 dos 800 pontos disponíveis), o POP Center se prepara para receber um novo ativo. Nesta terça-feira (6), será inaugurada uma unidade do Tudo Fácil, órgão do governo do Estado que reúne mais de 90 tipos de atendimentos à população.

Quem passar por lá, poderá acessar mais de 90 tipos de atendimentos presenciais, desde emitir documentos até acessar serviços da prefeitura, como o pagamento do IPTU e atendimento do Dmae. Com a inauguração, a região central da Capital volta a contar com os serviços do Tudo Fácil, já que a unidade da Avenida Borges de Medeiros, que funcionava desde 1998, fechou em 2020.

Para os comerciantes do POP Center, a expectativa é aumentar a movimentação no local — e, com isso, as vendas. Hoje, circulam pelo shopping popular cerca de 30 mil pessoas por dia, e a estimativa é de que 10 mil a mais passem a frequentar o espaço em razão do Tudo Fácil.

A clientela que frequenta o centro de compras costuma buscar duas características em comum: a diversidade de itens e o preço baixo.

— Venho pela variedade e pelo preço, que é muito bom — contou o sushiman Júnior Costa, 46 anos, morador de Novo Hamburgo que levava para casa dois modelos de fone de ouvido.

Morador do bairro Santo Antônio, em Porto Alegre, o azulejista Jorge Silva, 71 anos,  costuma comprar bermudas, camiseta se eletrônicos. Nesta segunda, estava em busca de um pen drive.

— Venho umas três ou quatro vezes por ano, sempre que preciso — explicou, garantindo que o ambiente é seguro para fazer compras.

Responsável por administrar o complexo, a diretoria institucional Elaine Deboni descreve assim os frequentadores do espaço:

— O cliente do POP Center é aquela pessoa que gosta de comprar o produto, e não esnobar a compra. Quer uma bermuda, uma camiseta, não ostentar a sacola — afirma.

Treinamento

A CEO do POP Center relata que há expectativa de atrair novos camelôs para ocupar as lojas que hoje estão vagas, mediante um projeto de qualificação que está em andamento, conduzido pela prefeitura, para qualificar ambulantes que estavam vendendo na rua.

— Nós queremos trazê-los para cá. Hoje, os permissionários que estão aqui dentro são empresários — diz a gestora.

De acordo com Elaine, além do valor investido para atrair o Tudo Fácil, que chega a R$ 2 milhões, valor semelhante foi investido pelos permissionários para instalar placas de captação de energia solar, a fim de reduzir gastos com energia elétrica.