A saga de Esther Earl já emocionou milhões de leitores ao redor do mundo - mais de 800 mil só no Brasil. Boa parte deles, contudo, sequer sabe seu nome. Mas conhece bem a personagem que ela inspirou, a adolescente Hazel Grace, que busca um sentido para viver diante de um câncer terminal, como conta o best-seller A Culpa É das Estrelas, de John Green.

Agora, é a vez de ler a história de Esther por suas próprias palavras, na recém-lançada biografia A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar. Esther descobriu um tumor na tireoide aos 12 anos. Ela enfrentava a doença havia três anos quando conheceu John Green em um encontro de fãs de Harry Potter. O autor foi imediatamente cativado pelo "charme e ironia" da menina, conforme escreve na introdução de A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar. Ele já se dedicava a escrever um livro sobre crianças com câncer, e a amizade que manteve com Esther inspirou sua protagonista.

A jovem era muito ativa em fóruns online sobre literatura e cultura infantojuvenil, postando vídeos e textos divertidos e, ao mesmo tempo, mordazes. Green acompanhava tudo deslumbrado. "Ela me ajudou a imaginar adolescentes muito mais compreeensivos do que eu acreditava que eles pudessem ser", ele escreveu. Esther morreu em 2010, aos 16 anos, sem poder conhecer A Culpa É das Estrelas, livro que o autor publicou e dedicou a ela em 2012.

A biografia lançada agora tem textos de diferentes fontes: diários, postagens em blogs e comunidades na internet, além de relatos dos pais de Esther. É surpreendente ver como essa colagem funciona, estruturando uma narrativa coesa.

Com talento precoce, Esther revela sensibilidade e altruísmo ao escrever sobre as transformações de sua vida por conta do câncer. Longe de ser um muro de lamentações, seu diário tem um humor algumas vezes ácido diante dos desgastes físicos e da presença iminente da morte.

Da estante para o cinema

A adaptação para o cinema de A Culpa É das Estrelas já tem data de estreia: 13 de junho. Apesar de Esther Earl ter influenciado a composição da personagem principal do livro, que agora vira filme, um elemento fundamental foi acrescentado na ficção: o romance.

Hazel se apaixona por Augustus Waters, um jovem com carcinoma. Com muita força de vontade e pitadas de humor, o casal precisa vencer as limitações físicas para viver seu amor. A garota vive conectada a um tubo de oxigênio, e Augustus tem uma prótese no lugar de uma perna amputada.

No cinema, o casal é vivido por Shailene Woodley, de Os Descendentes, e Ansel Elgort, que interpreta seu primeiro papel de destaque em Divergente, filme com estreia no Brasil em abril. Os veteranos Willem Defoe e Laura Dern também estão no elenco. Josh Boone, que assina o drama juvenil Ligados pelo Amor, é o diretor. Já a produção fica por conta dos experientes Marty Bowen e Wyck Godfrey, dupla responsável pela trilogia Crepúsculo.