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Ex-modelo gaúcha Josi Campos terá história contada em livro

Famosa nos anos 80, Josi sofre de esquizofrenia e vive em uma clínica em Porto Alegre

02/09/2014 - 07h01min

Atualizada em: 02/09/2014 - 07h01min


José Augusto Barros
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Josi Campos já estrelou a capa da revista Playboy e hoje se trata em clínica psiquiátrica

O drama e parte da história de uma ex-modelo gaúcha, destaque nos anos 80, vai virar livro. Josi Campos, que ficou famosa na época por estrelar uma capa de Playboy e namorar famoso, como Chico Anysio e Billy Idol, batizada de Da Fama a Fome, escrita por Vera Ceroni, enfermeira e proprietária da clínica que Josi está internada desde 2004, em Porto Alegre, será lançada na Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro, e no Rio de Janeiro.
Aos 51 anos, Josi vive na clínica, cercada de cuidados e medicações, desde que seu sofrimento veio a público, naquele ano, em matéria do Diário Gaúcho. Diagnosticada ainda na época com esquizofrenia paranoide, ela recebe tratamento médico constante na clínica, cujo nome e localização Vera não divulga por não querer "expor o estabelecimento", como ela explica.
No livro, Vera pretende contar toda a história do tratamento de Josi, desde que a resgatou da clínica Pinel, em 2004, no Rio de Janeiro, até os dias atuais, definidos como mais "estáveis" Na manhã de ontem, Vera recebeu a reportagem do Diário Gaúcho, em sua casa, em Viamão.

Diário Gaúcho - Porque depois de tanto tempo, você resolveu falar sobre a situação da Josi?
Vera Ceroni - Cansei de esperar pela Justiça. Já fui cinco vezes ao Rio de Janeiro, entrei com ação para que fosse a cuidadora oficial dela. Ganhei, fui ao condomínio que ela morava, na Lagoa (Rodrigo de Freitas), para tentar entrar no apartamento dela, e me proibiram de entrar. Me disseram que teria de ter ordem judicial. Então, entrei com uma ação, pedindo uma indenização ao condomínio, de cerca de R$ 350 mil, para que, ao menos, pudesse quitar a dívida da Josi (que atualmente, é de cerca de R$ 350 mil), já que não consigo vender ou alugar o apartamento.

Hoje, eu tenho uma história de envolvimento com ela. Sou mãe, irmã, cuidadora oficial (ela teve o direito reconhecido na justiça), ela passa o Natal e Ano-Novo com minha família. Atualmente, ela me custa cerca de R$ 4 mil mensais, tem toda uma equipe que cuida dela. Médico, psiquiatra, dentista, enfermeiras, e a família nunca conseguiu pagar nada. Quero ao menos ressarcir parte deste período.

Diário Gaúcho - E que histórias a senhora contará no livro?
Vera Ceroni - Dedicarei dois capítulos para tratar da esquizofrenia. Em entrevistas com médicos e especialistas, explico como funciona o sistema.  E todas as histórias desse período. E também será um alerta para os famosos, que o vento pode mudar de direção, o mundo dá voltas.

Diário Gaúcho - Como ela está hoje?
Vera - Ela faz terapia ocupacional duas vezes por semana, caminha, está estável, nos últimos dois anos. Fisicamente, ela está bem, dura mais 30 anos, tranquilamente. Mas a esquizofrenia dá um apagão na pessoa.  No começo, ela ficou cerca de dois anos meio isolada. Quando a resgatamos no Rio de Janeiro, ela estava com 35kg, irreconhecível, comia comida do lixo. Uma vez, em uma festa, em Nova York, ela entrou em coma, depois de consumir heroína e tomar muito uísque. Em uma ocasião, há cerca de cinco anos, eu desfilei pela União da Vila do Iapi. A Josi viu o pessoal da escola chegando na clínica, com umas fantasias, e achou que o Carlinhos de Jesus estava ali. Disse a ela que não, mas ela insistia. Ela era apaixonada pela Mangueira, achou que o Carlinhos de Jesus tivesse vindo com a Mangueira para o Rio Grande do Sul.

 
Ex-modelo, Josi Campos, hoje vive no anonimato em uma clínica
Foto: Montagem/Fotos: Guilherme Pinto, divulgação

O que é esquizofrenia?
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la.

Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes.

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