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Despedida

Lourdes Rodrigues será sepultada no fim da tarde, na Capital

Cantora, que faleceu na noite de ontem, foi velada durante o dia, na Câmara de Vereadores.

23/10/2014 - 17h08min

Atualizada em: 23/10/2014 - 17h08min


Será sepultado na tarde desta quinta-feira, no Cemitério Jardim da Paz, na Capital, o corpo da cantora Lourdes Rodrigues. Durante o dia, centena de fãs e amigos da cantora passaram pela Câmara Municipal de Vereadores, onde o corpo da cantora, 76 anos, foi velado.

Desde domingo, quando teve de amputar a perna esquerda por conta da diabetes, a maior parceira de Lupicínio Rodrigues e intérprete estava na UTI do Hospital São Francisco, na Santa Casa. Na quarta-feira, a empresária, amiga e cuidadora de Lourdes, Maria Beatriz Presser, muito abalada, revelou com o médico havia afirmado que o organismo da cantora não reagia mais. Lourdes deixa uma filha, Vânia Elisabeth Rodrigues, 59 anos, cinco netos e oito bisnetos.

Carreira de sucesso começou bem cedo

Nascida em quatro de janeiro de 1938, em Santa Maria, Lourdes veio morar em Porto Alegre com a família, aos três anos. Nos anos 1950, recebeu o primeiro título, que a marcaria, e viraria sinônimo em toda sua vida. No colégio Sevigné, recebeu o título de Mais Bela Voz Estudante do Rio Grande do Sul. A vitória a levou ao Rio de Janeiro e lhe deu fama precoce. Na volta, foi convidada para participar do programa Roteiro de um Boêmio, apresentado por Lupicínio Rodrigues, na Rádio Farroupilha.

Começava ali uma parceria de sucesso, que levou Lourdes a ser consagrada como maior parceira e grande intérprete de Lupi. Ao longo da carreira, curiosamente, ela só lançou dois discos: o primeiro foi o LP Utopia, em 1985, com faixas de Flavio Pinto Soares e Paulo Rogerius (um exemplar raro, pode ser encontrado por quase R$ 90). O segundo álbum foi o CD Dona Divergência, lançado no final de 1999, com canções de Lupicínio Rodrigues e outros clássicos da música popular, como As Rosas Não Falam e Chão de Estrelas.

Paixão Côrtes lamenta: "Sempre foi muito autêntica"

A carreira da Dama da Canção, como era conhecida, foi marcada pela interpretação de mais de 800 canções, entre sambas de Jamelão, canções de Lupicínio (não só as mais conhecidas, como gostava de ressaltar) e alguns tangos. Lourdes foi tão próxima do compositor que é madrinha do filho dele, Lupicínio Rodrigues Filho, o Lupinho.

Dentre as mais de 50 distinções, na carreira, recebeu quinze prêmios como melhor intérprete de músicas carnavalescas, seis como melhor cantora da noite porto-alegrense, além de homenageada do ano no Prêmio Açorianos deste ano, em abril. 
- Na solenidade, cantei Nunca, uma das principais (canções) dele. Lupicínio foi tudo para mim, o acompanhei durante cerca de 20 anos, de 1952 até perto de sua morte (em 1974) -  afirmou, emocionada, em entrevista ao Diário Gaúcho, em setembro.
Um dos maiores nomes da cultura gaúcha, o folclorista Paixão Côrtes, lamentou a morte de Lourdes.
- Fico muito triste. Convivi com ela no tempo em que Lourdes era uma estrela no rádio. Ela sempre foi muito autêntica, reproduzindo com fidelidade a música brasileira e gaúcha. E era uma época complicada para que cantores daqui se projetassem, pois a mídia forte estava em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tinha uma belíssima voz, uma espontaneidade muito grande -  afirmou.

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